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terça-feira, 9 de agosto de 2011

SECRETÁRIO PEDE DEMISSÃO.


Antes de completar um ano à frente da Secretaria de Saúde, o médico Cláudio Reiff pediu demissão do cargo ontem, alegando motivos pessoais. Foi a terceira baixa no comando da pasta em menos de três anos. 
A primeira a ocupar a vaga no Governo Custódio Mattos (PSDB) foi Eunice Dantas, que durou apenas seis meses na função, seguida por Maria Ruth dos Santos, substituída por Reiff em setembro de 2010. Até ontem à noite, a identidade do sucessor estava sendo mantida a sete chaves, mas deve ser anunciada hoje pelo chefe do Executivo. 
Em conversas de bastidores, chegou a ser cogitado o nome do vereador José Laerte (PSDB), ligado ao secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge (PPS). A aposta mais forte, contudo, é a de que Custódio opte por transferir Maria Helena Leal da Secretaria de Fazenda para o setor que representa o "calcanhar de Aquiles" da administração.
A Prefeitura não se manifestou oficialmente sobre a decisão do secretário, mas, segundo a assessoria, Custódio lamentou a saída de Reiff "pelo trabalho que vinha realizando na pasta". O médico vai continuar com cargo na Saúde, na coordenação da implantação do Hospital Regional de Juiz de Fora. 
Ele negou suposto atrito com o secretário de Administração e Recursos Humanos, Vitor Valverde, - ventilado nos bastidores - e garantiu que a decisão de deixar o primeiro escalão foi pessoal. "Quando assumi, pretendia permanecer até o fim da gestão, já sabia da sobrecarga da pasta. No entanto, diante da dificuldade de assumir todos os compromissos de secretário, cuidar da família e manter minha carreira de médico, optei por deixar o cargo, mas continuarei na equipe," explicou. 
O médico também fez uma avaliação positiva dos 11 meses de sua gestão e destacou a queda de 30% para 4% nas reclamações sobre falta de medicamentos nas unidades de atenção primária (Uaps) e o processo de descentralização do almoxarifado central, com a contratação de uma empresa terceirizada. "Aprendi neste período muito mais que na faculdade inteira."
Reiff não fez comentários sobre seu possível substituto. Sobre Custódio, afirmou que sempre obteve o apoio necessário do prefeito. "Entrei na administração como técnico, em 2009, quando assumi a subsecretaria de Urgência e Emergência. Só quando fui convidado para o cargo de secretário passei a ter maior contato com ele (o prefeito). Hoje posso dizer que é uma pessoa séria, do tipo que quer fazer as coisas darem certo." Uma fonte diretamente ligada à pasta garantiu que a transição está acontecendo de forma tranquila, e que não há expectativa de desligamento massivo dos cargos de segundo escalão. "O que pode ocorrer é a saída de um ou outro profissional muito diretamente ligado ao Reiff. No entanto, não existe a menor possibilidade de suspensão de projetos."
Descontinuidade
A descontinuidade é a principal preocupação do promotor de Saúde, Rodrigo Barros, e do secretário executivo do Conselho Municipal de Saúde, Jorge Ramos. "A saída dele (Reiff) é uma lástima, não só pela perda do profissional preparado, mas também pelo fato de que as negociações entre o município e o Ministério Público, que já se encontravam avançadas, vão praticamente voltar ao início", lamentou o promotor, informado do desligamento pelo próprio Reiff. A mesma ponderação foi feita por Ramos. "O Conselho lamenta a saída como lamenta toda e qualquer descontinuidade no processo de gestão da saúde."

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