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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Taxa cai, mas beijo continua proibido na rodoviária de Juiz de Fora/MG

Mesmo com a extinção da “taxa do beijo”, em janeiro, quem acompanha viajantes até a rodoviária de Juiz de Fora não consegue trocar carinhos e se despedir do amigo ou parente na porta do ônibus. A proibição de acesso à área de embarque foi determinada pela administradora do terminal. Mas pode estar com os dias contados. O promotor Plínio Lacerda sugeriu que a empresa assine um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e libere a ida ao local.

A companhia tem até 16 de setembro para se manifestar. Segundo a proposta do Ministério Público, os acompanhantes deverão preencher um formulário de identificação a ser fornecido nos guichês da rodoviária.

A polêmica sobre a “taxa do beijo” parecia ter acabado em janeiro. Foi quando os vereadores sancionaram um projeto de lei suspendendo a cobrança de uma tarifa obrigatória para acompanhantes que quisessem ingressar na área de embarque dos ônibus intermunicipais e interestaduais.

A concessionária Sinart acatou a decisão da Câmara e eliminou o pagamento. Mas continuou impedindo o acesso das pessoas até a porta dos coletivos, com exceção para acompanhantes de idosos, de crianças com até 12 anos e de doentes físicos ou mentais.

Segundo o gerente da administradora Sinart, Artur Bitencourt, a proibição atende às normas de operação do terminal. “A restrição não é uma exclusividade de Juiz de Fora. É comum em outras rodoviárias gerenciadas pela empresa”, argumenta.

Ele diz que a proposta do Ministério Público será encaminhada à Secretaria de Transportes e Trânsito (Settra) do município. O órgão, do qual a empresa é concessionária, poderá acatar ou contestar o TAC.

Bitencourt defende a limitação de acompanhantes no setor de embarque por considerar que o local é uma área de segurança. “Zelamos pela integridade física e pelo material do usuário”, afirma. Segundo ele, a medida evita furtos e atropelamentos durante as manobras dos ônibus.

Mas o vendedor Isael Machado, de 22 anos, discorda da restrição. “A proibição é ridícula, pois impede o viajante de se despedir de um ente querido”, reclama. O vendedor é de Porto Alegre (RS) e estava em Juiz de Fora para se encontrar com a irmã e a namorada, que vivem na cidade.

Ele afirma que a regra também é alvo de reclamação na capital gaúcha. “Não deveria existir”.
Já o vereador Flávio Cheker (PT), responsável pelo pedido de definição junto ao promotor Plínio Lacerda, alega que nas rodoviárias de São Paulo e Belo Horizonte não há veto à circulação de acompanhantes. Ele considera uma incoerência da empresa impedir o acesso sob a justificativa da segurança, uma vez que, enquanto vigorava a “taxa do beijo”, qualquer pessoa que pagasse a tarifa poderia ingressar na área de embarque. 


FONTE:http://www.hojeemdia.com.br/minas/taxa-cai-mas-beijo-continua-proibido-na-rodoviaria-1.330795

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