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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

No momento em que se discute o futuro da Artilharia de Campanha no Processo de Transformação da Força Terrestre, vem a tona a seguinte pergunta: os escalões de Artilharia devem mudar?

Os escalões de Artilharia (Art) têm por finalidade definir constituições e missões dos meios de apoio de fogo (Ap F) da Artilharia nos diferentes níveis de emprego da Força Terrestre (FT), assim como facilitar a distribuição desses meios e proporcionar adequada coordenação do Ap F.

Pela doutrina atual, o mais alto escalão é a Artilharia do Exército (AEx), constituída de 1 (um) Comando (Cmdo), 1 (uma) Bateria Comando (Bia Cmdo) e um número variável de Cmdo de Agrupamento de Artilharia (Agpt Art), de Unidades de Art e de meios de Busca de Alvos (BA). A AEx pode aprofundar o combate para além dos alcances da Artilharia dos escalões subordinados ao Exército de Campanha (Ex Cmp), aumentar o Ap F dos escalões subordinados, realizar a contrabateria e proporcionar a busca de alvos.

Em tempo de paz, o comando desse escalão não é ativado e tampouco existem meios alocados para a AEx. Na verdade, quando houver escalada para um conflito armado, havendo necessidade de se estabelecer esse escalão de Artilharia, há que se buscar os meios distribuídos para as AD e Bda. Convém salientar que GAC dotados de mísseis e foguetes, normalmente, são mantidos sob o controle da AEx para atuar em regiões não batidas pela Artilharia de tubo.

O Agpt Art é constituído de 1 (um) Cmdo, 1 (uma) Bia Cmdo e Unidades de Art (de 2 a 6 Grupos de Artilharia de Campanha - GAC). O Agpt Art proporciona uma mistura de materiais e calibres, assim como pode acrescer Ap F às peças de manobra do Ex Cmp. Da mesma forma que a AEx, em tempo de paz, o comando desse escalão não é ativado e tampouco existem meios alocados.

Um aspecto a ser destacado é que o Agpt Art deverá ter a capacidade máxima de comando e controle de até 6 (meia dúzia) GAC, sem comprometer os apoios administrativos e logístico. Havendo mais meios de Artilharia, deve-se constituir outro Agpt Art para subordinar à AEx.

No Agrupamento Grupo (Agpt-Gp), 2 (dois) GAC atuam sob um mesmo Cmdo. Normalmente, isso ocorre quando uma Brigada (Bda) recebe uma Unidade de Art em Reforço (Ref), passando a agir juntamente com o GAC orgânico da Bda. Dessa forma, a constituição do Agpt-Gp depende de uma situação operacional do momento.

A Artilharia Divisionária (AD) é o escalão que apóia pelo fogo a manobra de uma Divisão de Exército (DE). A constituição da AD é variável e, de acordo com a missão, poderá receber outros meios de Art, dependendo do número de Bda que compõem a DE. A AD aprofunda o combate, aumenta o poder de fogo dos GAC orgânicos, presta apoio de fogo adicional às Bda, realiza a contrabateria, a defesa antiaérea a baixa altura e a saturação de área, assim como proporciona a busca de alvos. O Comandante da AD é o Coordenador de Apoio de Fogo (CAF) da DE.

A AD tem a seguinte constituição básica para o Ap F a uma DE, que emprega 2 (duas) Bda
em primeiro escalão: 1 (um) Cmdo, 1 (uma) Bia Cmdo, 1 (uma) Bateria de Busca de Alvos (Bia BA), 1 (uma) Bateria de Lançadores Múltiplos de Foguetes (Bia LMF), 2 (dois) GAC (autopropulsado e auto-rebocado, de médio calibre) e 1 (um) Grupo de Artilharia Antiaérea (GAAAe), para baixa altura. Convém destacar que nas atuais AD faltam meios, tais como: a Bia BA, a Bia LMF e o GAAAe.

O GAC pode ser de tubo, mísseis ou foguetes e tem a seguinte constituição: 1 (um) Cmdo, 1 (uma) Bia Cmdo e de 3 (três) Baterias de Obuses (Bia O). Ele pode ser orgânico da AEx/AD/Bda ou ser colocado em Ref a determinado elemento de manobra (Elm Man). O GAC é considerado o Ap F mínimo, cerrado e contínuo ao Elm Man em primeiro escalão. Os GAC de mísseis ou foguetes devem ficar sob o controle da AD ou AEx ou em Ref à Bda em 1º escalão. O Cmt do GAC é o CAF da Bda.

A Bia O é a unidade de tiro do GAC e a menor fração de Ap F, porquanto não previsão do emprego de seções. Não há previsão, também, da constituição de Agrupamento de Bia O, como ocorre com o emprego da Artilharia Antiaérea (AAAe). As dificuldades para o emprego de seções gravitam em torno das necessidades quanto a meios de comunicações, pessoal para reconhecimento, levantamento topográfico, remuniciamento e suporte logístico.

Entretanto, hoje, com os avanços tecnológicos disponíveis, é possível visualizar o emprego de frações menores que a Bia O, pois o aumento da cadência de tiro de determinados materiais, os sofisticados meios topográficos (navegação inercial e GPS), os equipamentos de comunicações digitais e sistemas informatizados de comando e controle da direção de tiro, que se integram os demais subsistemas de Artilharia, indicam para uma evolução a esse nível de emprego.


FONTE: https://doutrina.ensino.eb.br/ava/

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