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domingo, 27 de novembro de 2011

BAIRRO POÇO RICO EM JUIZ DE FORA


Empregabilidade no Poço Rico


Camila Guedes


Em levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, a cidade de Juiz de Fora registrou no mês de setembro de 2011 a criação de 1281 postos de trabalho. Entre as atividades econômicas pesquisadas, serviços e comércio lideraram o ranking de empregabilidade.
O bairro Poço Rico não fica distante desta realidade. Apesar de abrigar empresas como a Esdeva, a sede do Grupo Solar Comunicações, Frotanobre, entre outras, a oferta de emprego, em sua maioria, está no setor terciário, em estabelecimentos como padarias, açougues, locadoras de filmes, salões e mercados.
Localizado no sudeste de Juiz de Fora, o Poço Rico levou muitos anos para se desenvolver, seus terrenos eram pouco valorizados na cidade, lá se localizavam o depósito de lixo, o Matadouro Municipal, dois ou três curtumes, o Asilo de Mendigos e as Casas da Banha. Com o passar dos anos e o crescimento da cidade, o bairro foi se desenvolvendo e um pequeno comércio ganhou espaço.
O mercado de trabalho no Poço Rico oferece principalmente oportunidades no setor terciário
O mercado de trabalho no Poço Rico oferece principalmente oportunidades no setor terciário

Creas atrai moradores para o Poço Rico


Gustavo Araújo

O Creas Poço Rico é um espaço para ajudar os moradores de rua
Há 3 anos atrás, mais precisamente no dia 19 de janeiro de 2009, foi instituída uma nova política de assistência social em nível nacional. Como uma das consequências, foram criadas unidades do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), com o objetivo de atender grupos focais. Em Juiz de Fora, os grupos atendidos são “o idoso e a mulher”, “infância e juventude” e “população de rua”. A unidade destinada aos moradores de rua está localizada na rua Osório de Almeida, no bairro Poço Rico.
Um efeito colateral da instalação do Creas no bairro é o aumento do número de moradores de rua que são atendidos. O centro conta com abordadores (pessoas responsáveis por abordar moradores de rua e apresentarem o Creas a eles) e educadores com o objetivo de reinserir o morador de rua na sociedade. Lá, eles recebem almoço e lanche, tomam banho, ganham roupas, fazem oficinas de arte. Além disso, são ajudados com passagens (caso queiram voltar para suas cidades) e tem sessões dos Alcoólicos Anônimos (AA). O abordador Flávio Lúcio da Silva afirma que “99% dos usuários do Creas são dependentes químicos”. Ele diz ainda que “o jovem começa na ‘farrinha’ e tem a vida estragada pelo álcool e pela droga. A gente não tem aqui só gente que sempre foi morador de rua, também tem comerciante, motorista, pessoas de bem que acabaram se perdendo”

O outro lado do Poço Rico, o “Poço Pobre”


Andréia Oliveira


Moradores da Vila São Jorge vivem à beira da linha do trem e enfrentam problemas de infraestrutura e segregação
Vila São Jorge: casas simples ao lado da linha do trem
Vila São Jorge: casas simples ao lado da linha do trem
Quem conhece o Poço Rico sabe que o bairro é tradicional e um dos mais antigos de Juiz de Fora. O bairro tem seu espaço dividido entre residências de famílias de classe média e centros empresariais. Mas em meio a todas as curiosidades do local existe outro lado, que ultrapassa os limites da rua principal, a Osório de Almeida.
Entre as ruas Duque de Caxias e Professora Corina Herse fica a Vila São Jorge, que está localizada às margens da linha férrea. Há mais ou menos cinquenta anos, a Vila era uma granja cheia de trilhos, que com o passar do tempo foi loteada e vendida às famílias, que atualmente vivem no local.

A arquitetura de um bairro com influências industriais


Edmo Olavo


O bairro Poço Rico iniciou seu processo de habitação após a chegada de algumas fábricas. Com características de um centro industrial, foram instaladas no bairro empresas de diversos gêneros as quais ocuparam boa parte do espaço local. Atualmente o Poço Rico ainda mantém algumas indústrias em sua malha comercial, como o Grupo Solar e a Viação Frota Nobre, duas das empresas que realizam suas atividades no bairro juizforano.
Casas da rua Antonio Dias Tostes: projetadas por Pantaleone Arcuri
Casas da rua Antonio Dias Tostes: projetadas por Pantaleone Arcuri
Localizado entre as margens da linha férrea e do rio Paraibuna, na região centro-leste da cidade, o Poço Rico abrigava uma fábrica de banha e uma cervejaria, que, segundo relatos da moradora Gloria Barbosa, 78 anos, foram as primeiras indústrias a se instalarem no local. “Aqui era caminho da estrada União Indústria, e as fabricas eram as únicas construções. Neste período a arquitetura que temos aqui hoje não existia, havia poucas casas”, informa a moradora. Devido à existência de três pontes que faziam parte da estrutura do bairro, o Poço Rico foi chamado, durante um período, de Três Pontes, pois, por causa do rio Paraibuna, a região juizforana teve que se adaptar para possibilitar a locomoção dos trabalhadores e moradores do bairro. Com o desvio do rio, permaneceu apenas uma ponte.

Naira Citrangulo


O Poço Rico é um bairro de classe média e média baixa, localizado próximo à margem do rio Paraibuna e cortado pela linha férrea da MRS Logística. Diferente da maioria dos bairros de Juiz de Fora, o Poço Rico tem uma topografia mais plana, em virtude de ter sido uma região de várzea. Ele é majoritariamente residencial, com pouco comércio e algumas fábricas. Muitas são as histórias que narram a origem do bairro em Juiz de Fora. Alguns dos antigos moradores contam que inicialmente o local servia de passagem para o desbravador Garcia Paes encurtar a viagem ao Rio de Janeiro. A ocupação por moradores teria começado por volta de 1849, na Fazenda de Francisco Ribeiro de Assis ali localizada. Outros já relatam que as primeiras famílias chegaram para trabalhar na fábrica de cerveja, fundada em 1881 por Francisco Freesz e Antônio Freesz, na Rua Osório de Almeida.
Fábrica de Cerveja Poço Rico
Fábrica de Cerveja Poço Rico
No início da fundação do bairro por lá passava parte estreita do Rio Paraibuna que praticamente todos os anos, no período chuvoso, acabava transbordando e causando muitos transtornos aos moradores. Em 1940 em uma dessas enchentes, todas as casas localizadas na parte baixa do bairro e parte da região central da cidade, foram invadidas pela água, muitas pessoas perderam tudo o que tinham e diversas casas foram condenadas. Uma devastação que marcou a vida e a história do bairro e de seus moradores. Após esse episódio, o rio acabou sendo desviado, e a população deixou de ser prejudicada pelos alagamentos constantes.

Poço Rico um bairro que é referencia em assistência social
Frederico Castro
Os projetos sociais do bairro ajudam pessoas carentes de toda a região centro oeste da cidade.
O bairro Poço Rico está localizado na região centro oeste de juiz de fora, é geralmente considerado um bairro de classe média. Mesmo assim, essa tal classe média convive com muitos problemas sociais no seu dia a dia. Diante disso, foram criados no bairro programas sociais que beneficiam a população carente da redondeza, inclusive a comunidade da Vila São Jorge, a parte mais necessitada do bairro.
Igreja Menino Jesus de Praga: capacitação e geração de renda
Igreja Menino Jesus de Praga: capacitação e geração de renda
A igreja católica Menino Jesus de Praga trabalha com a comunidade da Vila São Jorge a fim de promover a integração social através do trabalho.
O programa Construindo o Bem Viver ensina a alguns jovens da comunidade a produzir doces e salgados em uma cozinha industrial localizada no salão paroquial da igreja.

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