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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dia da Artilharia – 10 de junho

Emílio Luís Mallet. Nascido francês, brasileiro por amor e opção, artilheiro por vocação e patrono pela exemplar bravura de soldado.
Aos 18 anos, chega ao Brasil com excepcional bagagem cultural: Matemática na escola na Escola Militar de Saint-Cyr, França, e Humanidades, na Bélgica. D. Pedro I convida-o a alistar-se nas fileiras do Exército Nacional, em vias de organização.
Matriculado na Academia Militar do Império, no Curso de Artilharia, jura a Constituição Imperial, adquirindo a nacionalidade brasileira.
Foi em terras sulinas que viveu o maior período de sua vida militar. Na Campanha Cisplatina, entrou em combate. Seu batismo de fogo aconteceu na Batalha do Passo do Rosário, em 1827, quando se revelou um guerreiro dotado de extrema coragem e notável liderança. Nesse episódio, ao assumir o comando de quatro baterias, substituindo seus comandantes feridos, o Tenente Mallet galgou ao posto de capitão por sua iniciativa e atuação enérgica.
A inesperada crise política de 1831, ocorrida na Corte, rende-lhe a primeira injustiça. Com a abdicação de D. Pedro I, é demitido do serviço militar por não ser brasileiro nato, com base em lei votada sete anos após ter escolhido o Brasil para ser sua Pátria e lutado sob sua Bandeira.
Eclode o Movimento Farroupilha e, apesar de tudo, oferece-se para integrar as forças legais, o que é aceito pelo governo imperial. Apaziguado o conflito, é novamente afastado da tropa.
Somente em 1851, quando participou como voluntário das lutas contra o restabelecimento do Vice-Reinado do Prata, é reintegrado ao Exército no posto de major, em ato de justiça e reconhecimento.
Por sua atuação em Monte Caseros e, posteriormente, em Paissandu, onde sua artilharia bombardeou o inimigo durante 52 horas ininterruptas, fator decisivo para a rendição daquela praça de guerra, Mallet recebeu a Medalha de Ouro da Campanha do Estado Oriental do Uruguai e de Oficial da Ordem Imperial da Rosa.
O homem, o soldado, o comandante tornava-se um mito para seus comandados e um exemplo para seus pares e comandantes.
Ao lado de CaxiasOsorioSampaioCabrita e tantos outros, peleja arduamente nos sítios da Guerra da Tríplice Aliança, restabelecendo e reafirmando nossa soberania.
Em Tuiuti, no comando do 1º Regimento de Artilharia a Cavalo, sobressaiu-se por sua inesgotável energia e capacidade profissional. Ante surpreendente carga de cavalaria inimiga contra as posições aliadas e a impossibilidade de reação adequada pelos elementos avançados, a artilharia responde com uma impressionante cadência de tiro – a artilharia revólver de Mallet – que, apoiada em um profundo poço de proteção construído à frente das posições, sustou oito vagas de assalto dos adestrados esquadrões inimigos. “Eles que venham... por aqui não passarão!” E não passaram. Mais uma vez evidencia-se sua reconhecida capacidade profissional.
Aos 65 anos, promovido a coronel, por bravura, recebe o comando da Brigada de Artilharia, à frente da qual palmilha quase todo o território paraguaio. Desde a estóica Travessia do Chaco e a ocupação de Assunção, às vitórias de Itororó, Avaí, Lomas Valentinas, Angustura e Peribebuí, a Artilharia de Mallet constituiu fator indispensável para a vitória.
Quando a guerra entrou em sua última fase, Mallet é alçado ao Comando Geral da artilharia para conduzi-la na vitoriosa e decisiva Campanha da Cordilheira. É promovido a Brigadeiro e agraciado com a Medalha do Mérito Militar e a Medalha Geral da Campanha do Paraguai.
Encerrava-se, em campanha, uma brilhante carreira de soldado. Admirado e respeitado por todos, incorporava as grandes virtudes de chefe militar. O extremo cuidado com seus subordinados e rigoroso zelo com o material – “com a mão enluvada em pelica branca, inspecionava a culatra das peças da artilharia” – personificaram em Mallet o espírito dos artilheiros de todas as gerações.
Fidalgo em Dunquerque, entrou para a nobiliarquia brasileira com o título de Barão de Itapevi. 
Seu brasão contém o símbolo glorioso da artilharia, de chama ardente e viva, tal qual o invicto Patrono acendeu no coração e na alma de seus subordinados e que, hoje, inspira seus discípulos de arma.



CANÇÃO DA ARTILHARIA
Composição: Jorge Pinheiro
Eu sou a poderosa Artilharia
Que na luta se impõe pela metralha,
A missão das outras armas auxilia
E prepara o campo de batalha
Com seus tiros de tempo e percussão
As fileiras inimigas levo a morte e a confusão. (BIS)
Se montada, sou par da Infantaria,
Nos combates, nas marchas, na vitória !
A cavalo acompanho a Cavalaria,
Nos contatos, nas cargas e na glória
Com rajadas de fogo surpreender
As vanguardas inimigas e depois retroceder. (BIS)
Quer de costa, antiaérea ou de campanha,
Eu domino no mar, no ar, na terra,
Quer no forte, no campo ou na montanha,
Vibra mais no canhão, a voz da guerra;
Da batalha sinistra a melodia
É mais alta na garganta da Pesada Artilharia. (BIS) 

Se é mister um esforço derradeiro
E fazer do seu corpo uma trincheira,
Abraçado ao canhão morre o artilheiro
Em defesa da pátria e da Bandeira.
O mais alto valor de uma nação
Vibra n'alma do soldado, ruge n'alma
do canhão. (BIS)
Hurra ! ... Hurra !... Hurra !...
                                                   
AOS ARTILHEIROS DE ONTEM E DE HOJE NOSSAS SINCERAS HOMENAGENS

LUIZ EDUARDO DA SILVA SCHMITZ
1º TEN R/2 ART - NPOR 4º GAC - TURMA DE 1979
 “Ma Force D'en Haut”

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