O Rio de Janeiro ganhou mais uma agência bancária em comunidade pacificada. Desta vez a contemplada foi a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, que ganhou nesta segunda-feira (19/12) uma agência do Banco Santander, que prestará serviços a moradores e comerciantes locais, a exemplo da primeira que funciona desde o ano passado no vizinho Complexo do Alemão. O plano do banco é ampliar a sua presença nas demais comunidades pacificadas do Rio nos próximos anos.
A iniciativa foi elogiada pelo vice-governador e coordenador de Infraestrutura, Luiz Fernando Pezão, que representou o governador Sérgio Cabral no evento, realizado na Praça São Lucas. Depois de parabenizar o presidente mundial do banco, o espanhol Marcial Angel Portela Alvarez, pela abertura da agência, Pezão disse que tanto ações privadas quanto públicas só começam a chegar a lugares como a Vila Cruzeiro graças à política de pacificação empreendida pelo Governo do Estado.
– A vida das pessoas muda radicalmente onde há paz. Quero dizer que é satisfatório ver a iniciativa privada acreditando no nosso projeto de segurança e trazendo serviços essenciais para esta população. Nada é mais útil para os moradores do que ter uma agência bancária à disposição – afirmou o vice-governador.
O Santander Vila Cruzeiro, como as demais agências, vai oferecer apoio do microcrédito para pequenos empreendimentos e orientação financeira por meio de palestras. Mas, em comparação com a agência do Alemão, a da Penha traz uma novidade: um projeto de inclusão social, cultural e educacional, o espaço comunitário, que contempla uma sala digital e outra multiuso, ambas sob a coordenação do AfroReggae. Este é o primeiro núcleo do Programa Comunidades Rio 2016, criado pelo banco para ajudar na formação e capacitação de jovens visando as megacompetições esportivas programadas para o Rio até 2016. O lugar também poderá ser usado para reuniões da Associação de Moradores.
– Teremos aqui não apenas uma unidade de negócios, mas uma central de relacionamento com os moradores. Acreditamos no seu potencial de transformação em favor de todos – projetou o presidente do banco.
O espaço multiuso repete experiências do programa Santander Universidades em 45 núcleos digitais montados pelo banco em instituições de ensino superior em todo o país. Pelo programa, moradores da Vila Cruzeiro serão beneficiados com cursos de idioma online, curso de capacitação profissional e bolsas de estudos internacionais durantes os próximos cinco anos.
– O programa Comunidades Rio 2016 atuará em três frentes: empreendedorismo, capacitação e mão-de-obra. Ele é voltado para a inclusão social que envolve parceria com 10 universidades públicas e privadas localizadas no Rio e beneficiará cerca de 200 mil moradores de comunidades atendidas pelo AfroReggae – informou o diretor do Santander Universidades, Jamil Hannouche.
O núcleo do AfroReggae em Vila Cruzeiro é o sexto do grupo cultural que nasceu e tem sede oficial em Vigário Geral, também na Zona Norte do Rio. Há ainda núcleos no Complexo do Alemão, Parada de Lucas, Cantagalo/Pavãozinho e Nova Era (Nova Iguaçu).
Segundo Reginaldo Lima, assessor executivo do AfroReggae, serão oferecidas inicialmente oficinas de grafite, percussão e dança, durante todo o ano, embora futuramente outras especialidades possam ser acrescentadas. Quanto aos cursos de idiomas à distância (espanhol, inglês e mandarim), que o AffroReggae vai intermediar junto às comunidades participantes do programa Comunidades Rio 2016, serão abertas inscrições em janeiro.
Anualmente, serão destinadas até 2016 50 mil concessões de cursos desses idiomas, 700 bolsas técnicas para cursos profissionalizantes, 100 bolsas do curso de informática e 60 bolsas de estudos internacionais na Universidade de Salamanca, Espanha. Além disso, haverá 10 mil vagas por ano no curso de empreendedorismo online da Babson College até 2013.
Celso de Souza Campos, o Binha, líder comunitário e presidente da Associação de Moradores da Vila Cruzeiro, vislumbra melhorias para as comunidades do complexo com os cursos.
- Nossa comunidade é muito carente e há muito tempo ela esperava por isso. Vindo esses serviços, poderemos ocupar crianças e jovens e tirá-las das ruas – projetou o líder comunitário.
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