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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

IBGE divulgará dados sobre habitações precárias


Estudo mostrará diversas realidades e características distintas das moradias precárias pelo Brasil Foto:Neidson Moreira/OIMP/D.A Press


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai divulgar na próxima quarta-feira, 21, um levantamento detalhado sobre as habitações precárias nos 5.565 municípios brasileiros. A publicação, que se chama Aglomerados Subnormais - Primeiros Resultados, trará dados que caracterizam esses domicílios, especialmente em quatro fatores: abastecimento d'água, coleta de esgoto, coleta de lixo e fornecimento de energia elétrica. Em todo o país, os aglomerados ganham vários nomes. O mais comum é favela, mas também são conhecidos como invasões, grutas, baixadas, comunidades, vilas, ressacas, mocambos e palafitas. No Rio Grande do Norte, Natal e Mossoró possuem comunidades que se enquadram nos critérios do IBGE, mas os dados (todos baseados no Censo Demográfico 2010) ainda não foram disponibilizados.

Para que um aglomerado de construções seja considerado "subnormal", é preciso que haja pelo menos 51 domicílios carentes. "O restante pode ser considerado domicílio subnormal dentro de um bairro", esclareceu o gerente da coordenação de geografia do IBGE, Cláudio Stenner, que comandou ontem por meio de videoconferência, da sede do instituto no Rio de Janeiro (RJ), um seminário para tratar o assunto destinado a jornalistas de todo o país. "O IBGE não quer ser apontado como o órgão que mapeou as favelas de todo o país. Este é um termo pejorativo. Por isso estamos esclarecendo todos esses critérios", afirmou Aldemir Freire, chefe da Unidade Estadual do IBGE, em Natal.

O estudo foi feito a partir da coleta de dados nas bases territoriais dos 316.574 setores censitários estabelecidos pelo IBGE em todo o Brasil. A partir de imagens de satélite de alta resolução, os técnicos do instituto puderam fazer uma análise com mais qualidade e perfeição do que no Censo anterior. "Com essa tecnologia, houve uma mudança significativa na identificação dessas áreas, comparando-se o levantamento anterior, de 2000", disse Tarcísio Soares, supervisor da base territorial do IBGE no Rio Grande do Norte.

Diversidade 

O maior desafio do instituto, revela Cláudio Stenner, é retratar a diversidade do país e agrupar os vários tipos de ocupação com características distintas. "No Rio de Janeiro essas aglomerações são mais densas, as palafitas são mais comuns no Norte, em Alagoas são conhecidas como grutas, algumas ocupam faixas de areia na praia. Outras estão em área de mangue". A preocupação é apontar dados que ajudem o poder público a observar que a natureza de um problema em um local pode ser diferente do outro.

Duas subdivisões internas constam no estudo do IBGE: as áreas isoladas e as áreas contíguas. "Um exemplo de área isolada é a Rocinha, que tem características comuns em toda a comunidade. Um exemplo de área contígua seria o Complexo do Alemão. Essas áreas contíguas têm características próprias uma das outras e até mesmo uma estrutura sócio-política interna muitas vezes independente", constatou. Além de relatar quantas e como vivem as pessoas que moram nos aglomerados subnormais do país inteiro, o IBGE também vai trazer indicadores sociais como idade e sexo, analfabetismo e taxa de rendimento familiar. 


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