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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

DEMOLIDAS SEIS LOJAS AFETADAS PELO INCÊNDIO


Cinco lojas - Casa Pipa, Rei do Disco, Ferragens Gomes, Dornellas Multi Mídia, Casa do Frango e um imóvel desocupado - foram demolidas ontem depois de serem consumidas pelo incêndio que teve início por volta das 17h30 de segunda-feira, na Rua Floriano Peixoto, e só foi controlado quase oito horas depois. Outras duas construções - o prédio de sete andares, onde funcionava o Castelo da Borracha, e o imóvel de cinco pavimentos, onde estava instalada a Tetê Festas e havia apartamentos residenciais - também tiveram a estrutura afetada e o risco de desabamento não está descartado, conforme o subsecretário de Defesa Civil, major José Mendes. "Por enquanto, não vamos demolir estes edifícios. O prédio maior está parcialmente comprometido, mas só depois que os bombeiros terminarem os trabalhos e resfriarem os locais é que poderemos fazer a vistoria e constatar a real situação." A expectativa é de que a avaliação da Defesa Civil aconteça hoje.
O subsecretário explicou que a demolição imediata das seis lojas foi necessária porque a parte interna dos estabelecimentos já havia desabado. "Só a frente ficou de pé, mas com risco iminente. Achamos por bem determinar a demolição, até para facilitar o trabalho dos bombeiros, já que ainda havia muitos focos nos entulhos."
A retroescavadeira usada na demolição das seis lojas começou a operar por volta das 11h30 de ontem, criando uma nuvem de poeira na esquina da Avenida Getúlio Vargas com a Rua Floriano Peixoto. Outra máquina foi acionada no começo da tarde para agilizar os trabalhos. Foram removidos 25 caminhões de ferragens e destroços. O material foi transportado por oito veículos que se revezaram até o final da tarde. Dezenas de curiosos acompanharam a movimentação, atrás dos cordões de isolamento.
2 milhões de litros de água
O incêndio, considerado um dos maiores da história do município, consumiu oito lojas de quatro edificações. A fumaça ainda podia ser vista de várias regiões da cidade até o final da tarde de ontem. Durante toda a madrugada e o dia de ontem, militares atacavam os focos que insistiam em se propagar. Até o final desta edição, equipes ainda estavam mobilizadas no trabalho de rescaldo. Foram necessários cerca de dois milhões de litros de água, o equivalente a 250 caminhões-bomba, que comportam, em média, 8 mil litros.
As alterações no trânsito adotadas para garantir os trabalhos no local e a segurança da comunidade serão mantidas, pelo menos, até a manhã de hoje, com as mesmas ruas interditadas e os mesmos itinerários para os ônibus. Houve sobrecarga de veículos em várias ruas centrais, como as avenidas Francisco Bernardino e Itamar Franco.

Desespero entre lojistas e empregados

O desespero dos proprietários de lojas destruídas se misturou à preocupação dos funcionários, temerosos com o risco de desemprego. Uma das mobilizações que mais chamou a atenção, na manhã de ontem, foi a de 35 funcionários da loja Tete Festas. Unidos, eles tentaram dar apoio ao proprietário que compareceu à Floriano Peixoto. Emocionado, o comerciante preferiu não se pronunciar. Um empregado, que não quis se identificar, disse que todos ficaram muito abalados. "Eu estava tomando café, quando ouvi os gritos. Já estava todo mundo lá fora. Só consegui ver o fogo depois que saí. Agora estamos apreensivos com a questão do emprego, e os patrões estão desolados."
Já um dos donos da Casa Pipa e da Ferragens Gomes, Rodrigo Veiga, contou que tinha 18 funcionários. "Precisamos trabalhar, e eles também. Agora é hora de esfriar a cabeça e encontrar uma forma de retomar (o negócio)." Afirmando que as lojas não tinham seguro, ele não soube contabilizar o prejuízo. "É incalculável, porque já estávamos preparando o estoque para o final do ano." Quanto à falta do Auto de Vistoria apontada pelos Bombeiros, Veiga disse que, há cerca de um ano, os militares foram até a sua loja e fizeram considerações sobre medidas de segurança a serem adotadas. "Todas as solicitações foram atendidas em seguida."
O proprietário da Casa do Frango, João dos Santos, também lamentou a ocorrência. "Foram 15 anos de loja destruídos em poucas horas." O comerciante relatou que ele e os funcionários foram orientados a deixar o local por conta da fumaça. "Fechamos a loja e fomos embora, pois pensávamos que não seríamos atingidos." Entretanto, por volta das 21h, um telefonema informava que o imóvel estava em chamas. O comerciante, que tinha seguro, estimou um prejuízo de aproximadamente R$ 100 mil.
Falta de eletricidade
Quem não foi prejudicado pelo fogo, sofreu com a falta de energia, suspensa por medida de segurança. Alguns comerciantes atuaram à luz de velas. "Mesmo assim, não conseguimos vender quase nada hoje (ontem)", disse Cláudia Pimenta, funcionária de uma casa de frios na Getúlio. Já a dona de uma peixaria na Floriano, Mariza Costa, temia perder o estoque por falta de resfriamento. Conforme a gerente da Associação de Lojistas do Mister Shopping, Solange Fonseca, a PM autorizou o funcionamento, restringindo, apenas, a abertura da porta da Avenida Getúlio Vargas. Algumas lojas, com acesso pela Mister Moore e independem do trânsito nas dependências internas do shopping, funcionaram. Hoje o espaço deve operar normalmente.

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