A incidência de arrombamentos seguidos de furtos levou a Polícia Militar a implantar, na Cidade Alta, a Rede de Condomínios Protegidos. O projeto segue os mesmos moldes das redes de vizinhos e de comerciantes, presentes em diversas regiões da cidade, com a finalidade de diminuir o índice de crimes contra o patrimônio.
Na manhã de ontem, houve o lançamento oficial no São Lucas e, conforme o comandante da 99ª Companhia da PM, capitão Marcellus de Castro Machado, a iniciativa chegará também a outros condomínios da região, como o Spinaville e o Bosque Imperial.
"Trabalhamos com base nas estatísticas e, por isso, começamos pelo São Lucas. Tivemos mês em que foram registrados 12 arrombamentos no condomínio. Em apenas uma das noites, foram cinco casos. Os problemas aconteciam porque a área não é fechada, e há várias passagens desde o Borboleta até o São Pedro", explicou o capitão. Segundo ele, há cerca de dois meses, os moradores das 260 casas começaram a receber as dicas de autoproteção e ímãs de geladeira com os contatos da Cia. O projeto também prevê uma maior integração entre os vizinhos, que formam laços, normalmente de cinco casas, nos quais as pessoas se conhecem, trocam telefones e divulgam seus hábitos. Quando é percebida a presença de veículos estranhos ou de suspeitos, a PM é imediatamente acionada.
"Desde que começamos com a rede, não tivemos mais crimes aqui. Também montamos um posto de apoio, em um espaço já existente no condomínio, no qual os policiais podem registrar ocorrências, inclusive as do entorno." Conforme a síndica do São Lucas, Elizabeth Savino, a segurança privada também foi reforçada na tentativa de acabar com os arrombamentos. "Já entraram na minha casa, e é horrível. Saí por uma hora e, quando voltei, o ladrão tinha arrebentado a janela dos fundos. Várias coisas nossas foram furtadas, e tinham pegadas até na cama. A gente fica assustada. Desde que aumentamos o contato com a polícia, melhorou muito."
Segundo o comandante da 99ª Cia, todos os condomínios estão recebendo atenção, inclusive com treinamento das equipes de segurança privada. "O morador precisa saber o que pode fazer para melhorar sua segurança. Mas não é um policiamento privilegiado. Estamos trabalhando com índices, tanto que vamos desenvolver projetos também em bairros, como o Caiçaras e o Borboleta."
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