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quarta-feira, 20 de abril de 2011

ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO COMEMORA 90 ANOS DE CRIAÇÃO.

Nenhum outro animal marcou tanto a história da civilização como o cavalo. Sobre o seu dorso impérios floresceram e foram destruídos. A sua contribuição para o desenvolvimento humano nos mais diversos campos de atividade, do econômico ao militar, é inconteste e inestimável. Montavam-se cavalos desde o segundo milênio antes de Cristo. 
Na visão do francês Ephrem Houël: "Cercado pelos elementos que conspiram para sua ruína e por animais cuja velocidade e força superam as suas, o homem teria sido um escravo sobre a terra. O cavalo fez dele um rei".
Com passar dos séculos, a Equitação evoluiu e tornou-se, mais do que um esporte ou ciência: uma arte, um instrumento de transformação do corpo e da alma.
No Brasil, os colonizadores portugueses e holandeses introduziram o cavalo e a arte equestre, com registro da primeira utilização desportiva no Torneio de Cavalaria promovido por Maurício de Nassau, em Pernambuco, no ano de 1641. Durante o Primeiro Império, Dom Pedro I e sua esposa Maria Leopoldina eram também entusiastas do desporto equestre. No retorno da Guerra da Tríplice Aliança, Dom Pedro II preocupou-se em fomentar a equitação, trazendo de Portugal o Capitão Luís de Jácome, difusor da doutrina francesa do célebre François Baucher, bem como Duque de Caxias que importou garanhões puro sangue inglês, visando implementar a criação nacional de equídeos. Tal preocupação manteve-se nos primeiros anos da República.

Entretanto foi após a Primeira Grande Guerra, com a vinda da Missão Militar Francesa para atualizar sua doutrina, em 1920, que o Exército Brasileiro iniciou a sistematização do ensino equestre.
É criado então, pela Portaria do Ministro da Guerra, Pandiá Calógeras, de 20 de abril de 1922, o Centro de Formação de Oficiais Instrutores de Equitação, embrião da atual Escola. Sob a orientação dos Comandantes franceses Gippon e De Paul, este centro funcionou por apenas cinco meses.
Contudo, no Concurso Hípico Internacional do Centenário da Independência a equipe brasileira não obteve sucesso face às nações possuidoras de Escolas de Equitação, o que levou o novo Ministro da Guerra, Setembrino de Carvalho, assessorado por seu Oficial de Gabinete, o Major de Cavalaria Euclydes de Oliveira Figueiredo, possuidor do Curso da Escola de Cavalaria de Hanover a criar, por aviso de 17 de setembro de 1923, o Núcleo de Adestramento de Equitação, sob a direção do Capitão Armand Gloriá, da lendária Escola de Cavalaria de Saumur, a mais respeitada do mundo.
O núcleo foi renomeado, em 1924, como Centro de Instrução de Adestramento. Em 1928, transforma-se em Curso Especial de Equitação, já sob a chefia do sucessor de Armand Gloriá, Maj Batistelli, o qual regressa à França em 1933. A partir daí cabe aos oficiais brasileiros, Cap Armando de Morais Âncora, Cap Oswaldo Borba, Cap Manoel Garcia de Souza e Ten Oromar Osório, como instrutores chefes, a missão de difundir os conhecimentos equestres desenvolvidos por séculos na Europa, o que fazem até 1938.
Interrompido, em virtude da Segunda Grande Guerra, o Curso é retomado em 1946, agora nas dependências do Departamento de Equitação e de Educação Física da Escola Militar do Realengo, onde esse manteve até dezembro de 1995. Com a Portaria de 22 de maio de 1954 foi estabelecida a denominação atual de Escola de Equitação do Exército.
Cabe ressaltar o período de funcionamento da Associação Escola Nacional de Equitação (AENE), de 1991 a 1995, fruto de um estudo para transformação da EsEqEx numa Escola Nacional de Equitação ou estabelecimento semelhante, de forma progressiva, visando a difusão da doutrina desportiva entre militares e civis.
A partir de 1995, a Escola passa a ocupar parte das instalações do Regimento Escola de Cavalaria, (REsC), onde permaneceu até novembro de 2005.
Em novembro de 2005, a Escola de Equitação do Exército passa a ocupar as instalações do antigo 21º Batalhão Logístico, ao pé do Morro Capristano. Em 2007, passa a ser subordinada ao Centro de Capacitação Física do Exército e Departamento de Educação e Cultura do Exército. 

Com a escolha da cidade do Rio de Janeiro como sede dos XV Jogos Pan-americanos de 2007, foi definida a construção do Centro Nacional de Hipismo, dentro das instalações da Escola de Equitação do Exército e Regimento Escola de Cavalaria. Em fevereiro de 2006 iniciam-se as obras de construção de uma complexa infra-estrutura para atender as modalidades Hipismo e Pentatlo Moderno da competição continental.
O ano de 2007 foi marcado na Escola de Equitação do Exército por sediar, em suas instalações, a modalidade Hipismo e Pentatlo Moderno dos XV Jogos Pan-americanos Rio 2007. Cabe ainda ressaltar a participação técnica do corpo docente e discente da EsEqEx nas três modalidades hípicas (Adestramento, CCE e Salto) e na modalidade Pentatlo Moderno.

Hoje, a Escola de Equitação do Exército se prepara para sediar os 5º Jogos Mundiais Militares Rio 2011 e os Jogos Olímpicos Rio 2016 na modalidade Hipismo.
Atualmente, após sucessivas transformações e tendo enfrentado óbices os mais diversos, a Escola de Equitação do Exército consolida-se como estabelecimento de ensino de vanguarda.

O seu papel de Escola é plenamente desempenhado conforme a modernização do ensino no Exército e segue os padrões estabelecidos pelo Departamento de Educação e Cultura do Exército, principalmente quanto à informatização e normatização do ensino. Como Sub-Comissão de Hipismo da Comissão de Desportos do Exército assumiu papel primordial na reestruturação do desporto e das instruções gerais que o regulamentam.

Unindo conhecimentos ancestrais às modernas técnicas de ensino, implementando os desportos equestres e difundindo sua doutrina, a Escola de Equitação do Exército cumpre há 90 anos seu árduo e honroso papel como baluarte perpétuo da Arte Equestre no Brasil, pois nas palavras do Coronel Antônio Brochi: “O cavalo nos deu o que mais nobre podia nos dar: - o espírito do galope, a imensidão e o céu do campo, a concentração e a terra do picadeiro, o céu e a terra, o alto e o baixo, a modulação, a Vida.”


FONTE: http://www.eseqex.ensino.eb.br/equitacao/

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