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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Justiça Federal de MG condena 18 envolvidos em esquema que adulterava leite com soda cáustica


A Justiça Federal de Uberaba (MG) condenou nesta quinta-feira (9) 18 pessoas envolvidas no esquema de adulteração de leite na cooperativa Copervale, sediada em Uberaba. Os condenados responderam por crime contra a saúde pública. As cooperativas adicionavam soda cáustica e outros ingredientes no leite.
A fraude foi descoberta em outubro de 2007, durante a Operação Ouro Branco. Os condenados foram enquadrados no crime contra saúde pública, mas escaparam da condenação por formação de quadrilha.
O diretor-presidente da Copervale, Luiz Gualberoro Ribeiro, foi condenado a sete anos e dez meses de prisão. O engenheiro químico Pedro Renato Borges, que criou a fórmula, recebeu pena de cinco anos e dez meses.
Já o fiscal agropecuário federal, Afonso Antônio da Silva, responsável pela fiscalização da cooperativa, terá de cumprir pena de seis anos e cinco meses de reclusão. Outros 14 funcionários das cooperativas foram condenados a um ano e seis meses de prisão, com pena substituída por prestação de serviços comunitários –todos foram beneficiados por terem contribuído nas investigações.
O único funcionário que se recusou a ajudar a polícia foi Fabiano Cunha Rezende, que deverá cumprir quatro anos e oito meses de prisão.

Como funcionava

O leite era recebido de produtores rurais e recebia o acréscimo de uma solução química que continha soda cáustica, ácido cítrico, citrato de sódio, sal, açúcar e água. A adulteração visava aumentar a lucratividade da empresa, já que, com a adição dos componentes, o leite rendia mais e tinha o prazo de validade aumentado.
“A fórmula química, desenvolvida pelo denunciado Pedro Renato Borges, era adicionada ao leite cru na proporção de 8% a 10% e permitia, a um só tempo, aumento do volume e do prazo de validade do leite, na medida em que, com a adição de todas as substâncias, além de diminuir a respectiva acidez, mantinha-se inalterada a densidade e o ponto de congelamento do produto, sem que o exame de crioscopia constatasse a quantidade de água inserida no leite”, relatou o MPF na denúncia.
Segundo os depoimentos dos acusados, a cooperativa adulterava, em média, 120 mil litros de leite por dia.
Continua em andamento outra ação penal que resultou da Operação Ouro Branco, contra a Casmil, cooperativa sediada em Passos. Nesta ação, 28 pessoas respondem pelos crimes relativos à adulteração do leite.

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