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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sob tempos bicudos, senadores vão trocar de carro


Alheios à política de cintos apertados que Dilma Rousseff tenta implementar, o Senado prepara-se para renovar sua frota.
Os 86 carros que servem aos gabinetes de 81 senadores, às lideranças partidárias e à presidência do Senado serão substituídos por modelos novos.
A decisão foi tomada em reunião da Mesa Diretora do Senado, nesta quinta (7). Coube ao primeiro-secretário Cícero Lucena (PSDB-PB) anunciar a novidade.
Disse, veja você, que o Senado vai às compras para reduzir as despesas. Hoje, o setor de transportes da Casa retira da bolsa da Viúva R$ 17 milhões por ano.
Lucena atribui o sorvedouro à idade da frota. No caso dos carros usados por senadores a idade chega a oito anos.
Segundo Lucena, os veículos “estão consumindo mais combustível, estão gastando mais peças, estão tendo custo elevado de mão de obra para a manutenção”.
Como alternativa à aquisição de carros novos, analisa-se a hipótese de contratar um serviço de locação de veículos. Vai-se realizar “um estudo”.
Deseja-se saber, segundo Lucena, “quais sãos as alternativas eficientes, modernas que podem ser adotadas”.
Os veículos do Senado são contados em 188. Coisa de fazer inveja a empresas transportadoras de grande porte.
Além dos carros dos senadores, há ônibus, microônibus, vans, caminhões, caminhonetes e ambulâncias.
A oficina do Senado emprega 55 servidores terceirizados. São mecânicos, frentistas, lavadores, eletricistas, almoxarifes, alinhadores e pintores.
Há, de resto, 77 motoristas terceirizados e outros 100 comissionados (81 lotados nos gabinetes dos senadores e 19 nos gabinetes dos líderes e membros da Mesa).
Ninguém explica por que diabos um senador que já dispõe de motorista no gabinete precisa de outro quando vira líder ou ganha assento na Mesa.
Se quisessem render homenagens ao contribuinte, os senadores converteriam o lero-lero da redução de custos em coisa séria.
Como fazer? Livram-se dos carros oficiais, mandam os motoristas ao meio-fio e esvaziam a oficina. Passam a rodar em veículos próprios.
Os que preferirem fugir do volante e da azáfama do trânsito podem comprar um CD da Angélica e cantarolar a velha musiquinha: “Vou de táxi...”
O salário é bom –acaba de ser reajustado para R$ 26,7 mil. A relação custo-benefício é extraordinariamente favorável.
Considerando-se que o grosso dos senadores chega a Brasília na terça e retorna aos Estados na quinta, a conta será uma pechincha.
Se imitarem os sem-carro da Câmara, ainda transferem o recibo para a bugrada. Os deputados lançam as despesas de transporte na chamada verba de gabinete.

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