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domingo, 3 de abril de 2011

Destroços do avião da Air France são encontrados no Atlântico

O mistério sobre a queda do Airbus que desapareceu quando realizava o voo AF-447 entre Rio e Paris em 2009 está mais perto de ser desvendado. O Escritório de Investigações e Análise (BEA) da França, órgão que investiga as causas do desastre, anunciou ter localizado no Atlântico Sul, a 3,8 mil metros de profundidade, o sítio no qual estão destroços da aeronave. Imagens submarinas feitas das turbinas e de outras peças confirmam que o avião é o mesmo no qual estavam 228 passageiros e tripulantes.
A confirmação foi feita em nota oficial divulgada pelo escritório francês, em Paris. "O BEA informa que no curso das operações de busca em alto-mar efetuadas nas últimas 24 horas e dirigidas por WHOI, a equipe a bordo do navio Alucia localizou elementos do avião", diz o comunicado, que evitou detalhes. "Os elementos foram identificados pelos investigadores do BEA como pertencentes ao avião A330-203, do voo AF-447."
Entre as peças localizadas, estão as turbinas do Airbus, encontradas a uma profundidade que varia entre 3,8 mil e 4 mil metros de profundidade. Pelo momento, não foram encontradas as duas caixas-pretas - o Flight Data Recorder (FDR), que registra os parâmetros de voo, e o Cockpit Voice Recorder (CVR), que grava as conversas e os sons na cabine de pilotagem. Segundo afirmou ao Estado em fevereiro o diretor de investigações do BEA, Alain Brouillard, caso os gravadores sejam localizados há "boas esperanças" de que os dados possam ser recuperados, mesmo 21 meses após o acidente.
Apesar do otimismo com a descoberta, Martine Delbono, porta-voz do órgão, pediu ontem paciência com os trabalhos de pesquisa. "Até o momento, estamos muito prudentes. Nós descobrimos o sítio do acidente e isso é muito importante", afirmou, admitindo que a descoberta trás novas perspectivas para a investigação. "Em 10 dias vamos concluir a fase 4, que consistia em localizar os destroços do avião. É algo que vai permitir trabalhar sobre as causas do acidente."
A localização do sítio do acidente aconteceu no oitavo dia de buscas - de um total de mais de 100 - da quarta expedição coordenada pelo BEA no Atlântico Sul. Ela é coordenada por uma equipe de especialistas norte-americanos que em 2010 já havia realizado uma expedição aos destroços do transatlântico Titanic. O time de experts era comandado por David Gallo, membro do Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI). Em Paris, também em fevereiro, Gallo havia afirmado ao Estado estar muito otimista com as chances de localizar os destroços.
A quarta etapa de buscas - a maior já realizada, com custo de € 9,2 milhões e financiada pela Airbus e pela Air France - varreria 10 mil km2 de área, em um círculo delimitado em torno da última posição conhecida do Airbus na noite de 31 de maio. A região foi descrita por Gallo como a mais acidentada do planeta, uma área da qual pouco se sabe desde 1974, quando foram realizadas as primeiras expedições.
A partir da localização dos destroços, duas embarcações, os navios Remus 6000, de propriedade da Fundação Waitt e do Instituto Oceanográfico Geomar, da Alemanha, deverão ser enviados à região para os trabalhos de colega do material. Em Paris, o vice-presidente de uma das associações de vítimas do voo AF-447, Robert Soulas, disse que a captação dos destroços pode demorar de duas a três semanas. "É uma excelente novidade que recompensa a nossa tenacidade para descobrir a verdade sobre a queda", afirmou Soulas.
A queda do voo AF-447 deixou 228 mortos, entre passageiros e tripulação, dos quais 72 franceses e 59 brasileiros, entre outras 30 nacionalidade.

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