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sábado, 16 de abril de 2011

Brasil fabrica arma e recusa tratado

Roberto Simon, O Estado de S.Paulo
Ao lado de países como Rússia, Irã, Israel e EUA, o Brasil recusa-se a assinar o tratado que bane as chamadas "bombas de cacho" - um dos mais devastadores armamentos para civis em zonas de guerra.
O País ainda é um dos 17 fabricantes desse tipo de arma no mundo. Ao todo, 108 países já assinaram a Convenção sobre Armas de Fragmentação, que passou a vigorar em agosto.
Embora o Itamaraty e o Ministério da Defesa não admitam, o Brasil mantém-se longe do tratado por causa da pressão de militares e de setores da indústria armamentista.
Segundo o Instituto Sou da Paz, as bombas de cacho "made in Brazil" - mais precisamente em São José dos Campos, pela Avibrás - renderam dois contratos com a Malásia de US$ 200 milhões cada, firmados em 2002 e 2007.
"Catar e Arábia Saudita também compraram", diz Daniel Mack, da ONG brasileira.
Oficialmente, o Brasil justifica sua posição com um argumento formal. Diz que o debate sobre o veto foi conduzido por uma coalizão independente de países, enquanto deveria ter ocorrido no âmbito da ONU.
Ativistas afirmam que, com mais de cem signatários, o tratado é suficientemente "representativo" e apontam contradições no discurso do Itamaraty.
O Brasil, por exemplo, é signatário do tratado contra minas terrestres, de 1997, também articulado fora das Nações Unidas.

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