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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Vôlei brasileiro vira mundo de celebridades; Dante encabeça a lista dos mais bem pagos com cerca de R$ 2 milhões


Nunca em toda a história do vôlei masculino no Brasil os jogadores ganharam tanto dinheiro.

Nunca em toda a história do vôlei masculino, as empresas investiram tanto dinheiro. O mundo do vôlei, virou sinônimo de negócios e empresários.  

Isso tudo que está acontecendo é reflexo direto do ótimo trabalho e desempenho dos próprios jogadores na seleção brasileira, algo mais do que merecido. As empresas apostam pesado e não economizam a verba que disponibilizam para segurar seus craques.

O mercado atinge um patamar inimaginável há 19 anos, quando o Brasil sob comando de José Roberto Guimarães fez história ao conquistar pela primeira vez a medalha de ouro nos jogos olímpicos de Barcelona.

Maurício, Carlão, Marcelo Negrão, Giovane e cia jamais poderiam imaginar que quase duas décadas depois o vôlei alcançasse esse estágio.

Estamos falando em números que beiram os padrões, guardadas as devidas proporções, do futebol.

Dante está saindo da Rússia para receber entre R$ 1,8 milhão e R$ 2 milhões por um ano de contrato no RJX. Será o jogador mais bem pago no Brasil e um dos maiores salários do vôlei mundial. A amizade com o empresário Eike Batista deve ser levada em consideração, uma vez que Eike queria que Dante fosse o ‘carro-chefe’ do time.
Giba não fica atrás. A SKY/Cimed paga ao atleta R$1,5 milhão por ano. Giba está na terceira temporada com a SKY e era, até Dante voltar ao país, o maior salário do vôlei nacional.

Ricardinho do Vôlei Futuro é o terceiro nessa lista de celebridades. Ele assinou por 2 anos e R$ 1 milhão de reais por temporada. Está caminhando para a segunda.

Bruninho, levantador titular da seleção brasileira, exigiu ser o jogador mais bem pago na posição no Brasil para ficar na Cimed. Como Ricardinho não está mais no grupo de Bernardinho, Bruninho vai tirar da Cimed cerca de R$ 850 mil por mais uma temporada.

Marlon, ‘segundo da fila’ , assinou no RJX por R$ 730 mil ano.

Murilo, eleito melhor do mundo no último mundial, aceitou de início R$ 700 mil do Sesi pois tinha interesse de voltar ao país. Após a conquista da superliga Murilo fez exigências, justas por sinal, e terá um belo reajuste para jogar mais um ano no Sesi. Pode não ser ‘nivel Giba’, mas vai passar perto.

Rodrigão assustou os dirigentes do RJX com a pedida de R$ 1 milhão pela temporada. Ficou fora. Teve que se ‘contentar’ com algo em torno de R$ 800 mil no Sesi durante 12 meses. Em compensação, fica em casa.

Reserva na seleção, Éder ficou na Cimed mas saltou de R$ 350 mil para R$ 550 mil pela temporada, valor semelhante ao que ganha Gustavo na SKY. Todos se sentem no direito, afinal fazem parte da seleção. Sidão terá um belo aumento para ficar no Sesi e não ganhará menos do que R$ 45 mil por mês.

Chupita, que até outro dia estava no Japão, deixou o Minas onde ganhava R$ 430 mil na temporada para receber R$ 750 mil no RJX. Impressionante. 

Não se discute o valor de cada atleta, isso é problema do treinador ou da empresa que contrata, mas o mercado inflacionou de vez. Não há limite.

Vissoto, tinha em Araçatuba, aluguel da casa, carro, comida, luz, internet, ou seja, tudo pago pelo clube, e mais R$ 630 mil na temporada. 

E o que dizer dos dois Wallaces ?
Hoje na seleção, estão mais do que valorizados, mas com os salários, digamos assim, ’defasados’.
Wallace do Sesi, descoberto por Giovane na Argentina, ganhou um merecido aumento. Saiu de algo em torno de R$ 280 mil para R$ 500 mil. O do Cruzeiro ganhou um plus para R$ 300 mil, mas tinha 2 anos de contrato.

O Vôlei Futuro apostou suas fichas na dupla cubana Oreol Camejo e Pedro Inzaga e se deu muito bem no aspecto custo-benefício pagando perto de US$ 40 mil. Para manter o ex-levantador Camejo no elenco, o Vôlei Futuro teve que desembolsar um pouco mais.

Os jogadores mais bem pagos do Brasil recebem seus salários através de nota fiscal emitida por suas respectivas empresas. Aqueles que não usam nota fiscal, contam com a ‘ajuda’ dos procuradores. Eis a questão.

Jorge Assef, empresário de Murilo, aproveitou um deslize dos dirigentes italianos para trazer Murilo de volta para o vôlei brasileiro. Os clubes de fora são obrigados a pagar uma taxa de transfêrencia para poder levar os jogadores. A taxa é cobrada anualmente, mas o Macerata e o Modena da Itália, ex-times de Murilo, não tinham esse conhecimento em junho de 2009. Baseado nisso, embora tenha assinado por dois anos, Murilo deixou o vôlei da Itáia. Assef ‘alegou’ que apenas a primeira taxa de transferência havia sido paga.

O vôlei é mesmo dinâmico.

O mercado dos treinadores de vôlei ainda não está tão valorizado. Por enquanto, Giovane Gávio, do Sesi, lidera esse ranking. Bernardinho é hors-concours e passa fácil a barreira de R$ 1 milhão ano entre seleção e Rio de Janeiro. Mas o feminino será tema em breve do blog.
O que não está em discussão é o talento e o mérito desses jogadores. O que se discute é até quando as empresas estarão dispostas a bancar salários astronômicos.

O vôlei do Brasil vive de fases. Essa sem dúvida é a melhor delas, mas quem está no esporte e conhece os bastidores em questão, sabe que tivemos experiências ruins e frustrantes num passado recente com empresas deixando de investir por causa da pouca visibilidade e baixo retorno.
‘O mercado está perigosamente inflacionado e sem controle’. Quem faz o alerta é um dos maiores treinadores da história do país, com passagem pela seleção e que por motivos óbvios prefere não ter sua identidade revelada.

Os números, se não exatos, são aproximados e não fogem muito disso.
Ele garante que em breve esse ‘mundo de ilusões’ pode acabar se um limite não for estabelecido. A Rússia e a Turquia, segundo ele, são hoje dois dos centros mais fortes do vôlei mundial.

Outro aviso:
‘Os atletas devem ficar de ‘olho aberto’ com os empresários e procuradores que levam no mínimo 15% nas negociações, isso sem falar no ’por fora’. Alguns jogadores são muito ingênuos’, desabafa.

O mais grave está por vir.
‘Existem empresários comandando times e montando equipes com seus jogadores de carteira. A CBV precisa estar atenta’.
Giovane Gávio também pensa assim e fez esse alerta quando foi entrevistado pelo dono do blog, ainda nos tempos de Sportv/Globo:
‘Os procuradores só querem saber de fazer os contratos e depois largam o jogador. É obrigação dar assistência jurídica, ajudar no imposto de renda e auxiliar o atleta no que for preciso’.
A entrevista foi concedida há vários anos, bem antes do Brasil se tornar potência mundial na modalidade.
Dizem que o tempo do amor à camisa se foi no futebol. Rogério Ceni do Sao Paulo talvez, é tema de discussão, seja um dos poucos ícones e sobreviventes., pelo tempo de casa. Mas também não é unanimidade.

E o vôlei ?

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