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terça-feira, 3 de maio de 2011

Chery QQ 1.1 - O bolso na alça de mira

Modelo chega completo por RS 22.990 para desbancar o veterano Fiat Mille Economy da posição de mais barato. Mas apresenta controvérsias e problemas de montagem.Assim como os outros chineses, o Chery QQ desembarca com uma lista completa de equipamentos de série, que se apresenta como o argumento mais convincente do carro. Mas as linhas desse compacto com vocação declaradamente urbana também são atraentes, embora já tenham sido motivo até de ação judicial, por parte da Daewoo, que achava que o fabricante chinês havia se inspirado “demais” no Matiz. Mas o problema, assim como os dos outros compatriotas, é falta de crash tests (batidas simuladas) feitos por institutos renomados, que comprovem a segurança passiva.
Não bastam airbag e ABS
Design italiano. Fornecedores renomados. Amplo tempo de garantia. São alguns dos chamarizes dos fabricantes chineses para emplacar no mercado nacional. Apelos que perdem em poder de atração para o custo-benefício, de longe a arma mais usada. Não poderia ser diferente com o Chery QQ 1.1, que chega como o carro mais barato do mercado, pelo preço de R$ 22.990, mesmo com um pacote completo de itens, que inclui até freios ABS e airbag duplo, pelo preço de um nacional pelado. Porém, os testes de segurança, em especial o crash test realizado em 2006 pela revista russa Autoreview, apontaram falhas estruturais, o que compromete a segurança, mesmo com estes equipamentos. Segundo José Natale, diretor de Marketing da Chery do Brasil, a estrutura dianteira foi aperfeiçoada para comportar motores maiores que o tricilíndrico original. As colunas dianteiras e outras partes ficaram inalteradas, contudo. 
Polêmica a que se soma a origem do QQ, inspirado tão fortemente no Daewoo Matiz que gerou, em 2006, um processo movido pela General Motors, dona da marca sul-coreana. "Houve uma ação judicial, mas, no fim, tudo foi resolvido amigavelmente. Problema que, enquanto esteve restrito à China, não chamou atenção", explica José Natale, da Chery.O estilo da discórdia se tornou mais simpático no Chery, o que rendeu o nome que se pronuncia “quiu quiu” em chinês, ou "objeto ou pessoa de muita graça, fofo, delicado", nas palavras da Chery. Para não perder o trocadilho, o nome, virou “que que” e virou o mote “o QQ esse carro tem?” Para falar alguns itens: ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, som CD/MP3 com alto-falantes dianteiros e entrada USB, abertura interna do tanque e do porta-malas, faróis de neblina, entre outros.

URBANoIDE O porte é de subcompacto, com 3,55m de comprimento e 2,34m de entre-eixos. A vocação urbanoide fica clara no porta-malas, de apenas 190 litros. O habitáculo acomoda bem quatro pessoas, já que o passageiro central traseiro passa apertos e não tem a proteção do cinto de três pontos nem do encosto de cabeça. Se a lista de itens o deixa em vantagem, a qualidade de montagem o deixa para trás da maioria dos nacionais. As falhas estão pela carroceria, como na junção entre capô e para-choque, com vãos nitidamente desiguais, além dos para-lamas desalinhados. Por dentro, notam-se rebarbas no volante e painel, sem falar na tampa torta do porta-luvas. O motor 1.1 16V gera 68cv de potência (a 6.000rpm) e 9,1kgfm de torque (a 3.500rpm), com boas respostas em baixa graças ao câmbio de relações curtas. Segundo a marca, a aceleração até os 100km/h leva 14s, porém a velocidade máxima fica nos 130km/h. De qualquer forma, o comportamento dinâmico comprova a pretensão urbana, até por conta dos pneus 155/65 em rodas com aro 13 (de aço). O câmbio não inspira robustez. A direção, por sua vez, tem reações rápidas e peso correto. A suspensão é saltitante em pisos ruins, algo explicado em parte pelo uso do antiquado eixo rígido traseiro, solução comum ao Face. Os freios exigem determinação e chegam a causar apreensão, ainda que sem desvios ou travamentos, que é mérito do ABS.

MERCADO Com preço convidativo e estratégia que inclui garantia de três anos, o QQ promete bater a meta de mil unidades mensais. O apelo é voltado diretamente para a classe C, segmento com cerca de 90 milhões de indivíduos prontos para comprar o primeiro carro zero quilômetro. Para tal, a marca criou consórcio de até 84 meses, com prestação de R$ 289,23. Só para ter certeza de que o bolso do público não saia jamais da mira.



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