CURIOSIDADE: PÉLE EM SEUS TEMPOS DE SERVIÇO MILITAR

Em 1958, a Esportiva de Guaratinguetá ganhou por 4 X 3 da seleção do Exército “reforçada” pelo soldado Pelé. O ataque perdedor teve Bataglia, Parada, Pelé, Walter (ex-Bangu) e Parobé (ex-Juventus). (Foto do acervo do ex-jogador Tupi, da Esportiva nos anos 50 e 60. Ele “parou” Pelé. Na imagem, da esquerda para a direita: Lima, Baracho, Ronaldo, Pelé (de soldado) e René.)

Até mesmo o rei do futebol já se aventurou no mundo militar. Em 1958, ele ganhou o título mundial com a Seleção Brasileira. O primeiro dos cinco conquistados pelo país. O mundo descobria num menino franzino de Três Corações/MG o maior atleta do século XX. Mas isso foi deixado de lado por um período. Pelé já havia se alistado nas Forças Armadas, em 30 de abril daquele ano. E em 20 de janeiro de 1959 foi chamado para virar recruta. 

Nem o rei, ou simplesmente 'Edson Arantes do Nascimento' conseguiu escapar pelo "excesso de contingente", como costuma ocorrer na apresentação dos jovens com 18 anos recém-completados, quando apenas uma parcela é selecionada para servir ao exército brasileiro. Pelé serviu no então 6º Grupo Móvel de Artilharia de Costa, em Santos/SP. Entrou como "soldado 201 Nascimento", com uma formação militar básica, com direito a serviço de guarda no quartel. "Eu tive muitas histórias interessantes. Aprendi a costurar, cozinhar, lavar e passar roupas. Quando voltei da Suécia, tirava serviço de sentinela no portão do quartel em Santos e todo mundo que passava queria cumprimentar o Pelé, campeão do mundo, e pedir autógrafos. Eu morria de vergonha e levava bronca do sargento", afirmou o ex-soldado Nascimento, em entrevista ao site do Ministério da Defesa. 

Ao todo, Pelé marcou 11 gols defendendo o time do 6º GAC, sendo três deles contra o próprio Santos, clube do maior jogador da história do futebol. Em 11 de setembro de 1959, o 6º GAC venceu o Santos por inacreditáveis 8 x 4, numa atuação incrível de Pelé. No mesmo ano, Pelé também defendeu a seleção brasileira das Forças Armadas. Marcou mais 11 gols, durante o campeonato sul-americano da categoria. Todos devidamente documentados, apesar do nível semiamador. O ex-craque do Santos, por sinal, contabiliza todos os 22 gols no total de 1.284 na carreira. Fato que gerou polêmica entre outros jogadores. Em 2007, Romário, por exemplo, usou Pelé como exemplo para também somar alguns gols fora do circuito tradicional do futebol (como amistoso, categorias de base etc). Naquele mesmo ano, o Baixinho também alcançou a marca de 1.000 gols.