Na década de 90, quando as máquinas de escrever já deixaram de ser fabricadas no Ocidente, a Godrej & Boyce ainda conseguia vender cerca de 50 mil unidades por ano. No entanto, no ano passado, saíram da fábrica menos de 800 máquinas.
“No início dos anos 2000, os computadores passaram a dominar. Todos os fabricantes de máquinas de escrever de escritório pararam a produção, exceto nós”, afirmou o diretor executivo da empresa, Millind Dukle, ao jornal indiano Business Standard.
Eles resistiram até abril de 2011.
“Não estamos recebendo encomendas. Até 2009, costumávamos produzir 10 a 12 mil máquinas por ano”, disse Dukle. Na despedida, sobraram duas centenas de máquinas, que ainda se encontram em armazém, a maioria em árabe. “Esta pode ser a última oportunidade para os amantes da máquina de escrever”, afirmou o empresário.
As máquinas vão passar definitivamente para os antiquários e museus, associadas a alguns dos escritores mais relevantes do século passado, como Faulkner, Hemingway, Burroughs, Kerouac. Este último, por exemplo, escreveu “On The Road” (Pé na Estrada) num único rolo de papel, para não ter que trocar as folhas da máquina e interromper a narrativa.
As histórias são muitas, os nomes reconhecíveis também – ainda hoje Cormac McCarthy escreve à máquina. Contudo, a história deste instrumento, que começou a ser desenvolvido no início do século XVIII, não se restringe a notáveis. Nos escritórios, as máquinas foram por muito tempo um equipamento indispensável.
A primeira máquina de escrever comercial foi fabricada em 1867 nos Estados Unidos. Nos anos 50, o equipamento transformou-se em um símbolo da independência na Índia.
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