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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Que maldade fazem com o simpático velhinho...


Em sua estreia pública como ministro do Turismo, na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado, para falar sobre os planos para atrair turistas, Pedro Novais iniciou sua exposição, nesta quarta-feira, lendo um longo texto para mostrar quão nanica é sua pasta. Disse que não vai apitar nada nas decisões centrais sobre a Copa e as Olimpíadas, e que a única incumbência de seu ministério é capacitar 306 mil prestadores de serviços.

Como se estivesse atrasado alguns anos na História, mais de duas vezes se referiu ao real como cruzeiro e recorreu a uma citação romana em latim de mais de dois mil anos para dizer como é difícil definir: o que é turismo?

Fazer um check-up no Incor, hospedar-se no Fasano e ver a Bienal é turismo
- O dicionário tem uma definição que não satisfaz. Os romanos, há dois mil anos, já diziam "humanus definutus periculosa", mas vou me arriscar a dizer o que é: ir fazer um check-up no Incor, hospedar-se no Fasano e ver a Bienal é turismo - disse Pedro Novais para um plenário quase vazio.

Nem mesmo a autora do requerimento, Lídice da Mata, ficou para a exposição.

E o que é o Ministério do Turismo? Novais, então, começou a desfiar um rosário de lamentações sobre o orçamento, cortado quase na sua totalidade pela equipe econômica. Disse que é um ministério pequeno, com 250 funcionários e um orçamento inicial de R$ 3,7 bilhões, que, com o contingenciamento e cortes de 85%, caiu para R$ 570 milhões. E os restos a pagar, de R$ 3,6 bilhões, também foram cortados.

Mesmo agradecendo o apoio dos poucos presentes, que também reclamaram dos cortes e da desidratação da pasta, Pedro Novais disse que está conformado e não se abate:

- Não reclamo nada. Sou um obediente servidor e ainda aplaudo a presidente Dilma! - disse o aliado do presidente José Sarney.

Mesmo porque não teve oportunidade de reclamar. Até hoje ele não conseguiu uma audiência com Dilma.

- Ela não me recebeu porque não pedi. Já estive em várias reuniões, mas conversa de pé de ouvido, não tive - admitiu.

Ao abordar o déficit da conta turismo no Brasil, disse que a culpa é da supervalorização da moeda brasileira, o "cruzeiro":

- Muitos criticam o fato de mais brasileiros irem à Argentina do que argentinos virem ao Brasil. Mas esta falha não é do Ministério do Turismo. É do cruzeiro supervalorizado - disse Novais, depois corrigindo para real.


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