A avaliação enviada pelo Corpo de Bombeiros à Cesama, no fim do ano passado, sugerindo a instalação de pelo menos outros 17 hidrantes na área Central, ainda não teve o estudo técnico concluído pela companhia de abastecimento de água. Atualmente, 22 equipamentos estão disponíveis no Centro, num total de 66 em toda a cidade. Com o incêndio de segunda-feira, a provável falta destes dispositivos voltou a ser discutida. Alguns comerciantes que têm estabelecimentos próximos ao local incendiado denunciam que caminhões-pipa tiveram dificuldades em conseguir água dos três hidrantes instalados próximo ao local do incidente (ver quadro com ilustração dos equipametos em um trecho do Centro), embora a Cesama e o Corpo de Bombeiros aleguem desconhecer a situação.
Dos três hidrantes instalados na Rua Floriano Peixoto, dois não teriam funcionado em momento algum, conforme comerciantes ouvidos pela Tribuna. Um dos equipamentos está na esquina com Batista de Oliveira e outro no cruzamento com a Avenida Rio Branco. Já a válvula instalada na Avenida Getúlio Vargas, próximo à Rua Mister Moore, só teria liberado água por volta de 22h de segunda-feira. O gerente de expansão da Cesama, Marcelo Amaral, explicou que é "tecnicamente impossível" este problema ter ocorrido.
Foto enviado por um leitor da coluna.
Hidrante, mal conservado, localizado na esquina das ruas Halfeld e Batista de Oliveira
"Os hidrantes estão ligados na mesma rede. Ou seja, se não tivesse água neles, nenhuma moradia da área Central estaria abastecida." Uma das hipóteses levantadas pelo gerente é a falta de conhecimento técnico de quem estava operando o equipamento, pois é necessário ter uma chave magnética para conseguir liberar a água. "Os servidores da Cesama, Corpo de Bombeiros e Empav possuem esta chave." De acordo com o assessor de comunicação do Corpo de Bombeiros, capitão Marcos Moreira Santiago, não houve, em momento algum, interrupção de água no local.
Sobre a instalação de novos hidrantes, o representante da Cesama disse que a avaliação está sendo realizada, e, como há necessidade de adaptações na rede e intervenções nas ruas, cada equipamento deve custar entre R$ 10 mil e R$ 50 mil.
18 meses para recuperação
O presidente do Sindicomércio, Emerson Beloti, estima que sejam necessários 18 meses e mais de R$ 50 milhões para a recuperação dos estabelecimentos. Ele adiantou que há um projeto para que seja instituído uma brigada de rua, formada por funcionários do comércio do Centro, que seriam treinados pelos bombeiros para agir antes da chegada dos militares em caso de incêndio. Segundo Beloti, a entidade militar se mostrou favorável à iniciativa. Os treinamentos devem começar nos próximos meses. Ontem a Câmara de Dirigentes Lojistas de Juiz de Fora (CDL), informou que vai oferecer apoio jurídico aos comerciantes prejudicados.
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