Mato Grosso tem 903 mil quilômetros quadrados de superfície, faz fronteira com a Bolívia numa vastidão territorial com quase mil quilômetros de extensão e com baixa densidade demográfica. Mesmo assim, a presença militar no Estado é bastante reduzida e há os chamados claros desguarnecidos pelas Forças Armadas.
Das três Armas somente o Exército mantém unidades em Mato Grosso. Em Cuiabá estão aquartelados a 13ª Brigada de Infantaria Motorizada com sua estrutura operacional, o quartel do 44º Batalhão de Infantaria Motorizado e o 9º Batalhão de Engenharia de Construção. Em Rondonópolis se faz presente o 18º Grupo de Artilharia de Campanha. Em Cáceres o 2º Batalhão de Fronteira, que é subordinado à 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira, de Corumbá, mas que para efeito de segurança integrada age em sintonia com a brigada cuiabana. Além das unidades acima citadas o 58º Batalhão de Infantaria Motorizado de Aragarças (GO) tem área circunscricional no Vale do Araguaia.
Mesmo em se tratando de país sem inimigos em potencial, que adota política de neutralidade nos conflitos internacionais, que não faz guerra de conquistas e que respeita a autodeterminação dos povos, o Brasil precisa manter em prontidão efetivo militar preparado para atuar em defesa de seus interesses internos e também para o combate ao narcotráfico que a cada dia ganha mais força e poder.
Localizado na área central do continente e vizinho da Bolívia que é um dos centros mundiais de produção de cocaína, Mato Groso precisa aumentar seu poderio na luta contra os barões do pó. Por ser a principal fronteira de expansão territorial do agronegócio, o Estado depende das Forças Armadas para conter a farra do desmatamento ilegal do cerrado e das florestas.
Desde o ano passado Mato Grosso aguarda com muita expectativa a instalação de um batalhão do Exército em Sinop, para atuar naquele e nos demais municípios do Nortão e também no médio norte. Como forma de contribuição à prefeitura anfitriã doou uma área com mais de 75 hectares para a construção do aquartelamento e da vila militar.
Sexta-feira, em Sinop, o general-de-exército João Francisco Ferreira, titular do Comando Militar do Oeste, jogou um balde de água fria na expectativa mato-grossense. O general revelou que não há data previsível para o início das obras porque o Exército não tem dotação orçamentária para tal finalidade e, em outras palavras, explicou que será preciso o estabelecimento de convênios do Ministério da Defesa com outros ministérios, para (que a construção) saia “num prazo não muito longo”.
O Brasil tem grandes gargalos e enfrenta problemas nas áreas de educação, saúde, saneamento, pesquisa, transporte (principalmente aéreo e ferroviário) e vê o crime organizado se fortalecer ocupando atividades econômicas a ponto de ameaçar a institucionalidade. Brasília precisa entender que manter acanhada presença militar em Mato Grosso é abrir caminho para a criação de Estado paralelo.
Manter acanhada presença militar em Mato Grosso é abrir caminho para a criação de Estado paralelo.
FONTE: DIÁRIO DE CUIABÁ
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