VISUALIZAÇÕES

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ajufer: Juízes alegam não ter autorizado operação


O juiz Charles Renauld, ex-presidente da Ajufer (Associação dos Juízes Federais da 1ª Região), denunciado sob acusação de receptação no caso da venda irregular de uma sala da associação para pagar dívidas pessoais junto à Fundação Habitacional do Exército, acusa o também ex-presidente da Ajufer Moacir Ferreira Ramos de pagar empréstimo em seu nome sem sua autorização.

Os ex-presidentes Moacir Ferreira Ramos e Solange Salgado foram denunciados pelo Ministério Público Federal sob a acusação de apropriação indébita.

Segundo reportagem de Fausto Macedo, em "O Estado de S.Paulo", nesta sexta-feira (27/1) Renauld alega que a denúncia é inepta. "Não houve ilícito. Eu havia tomado, dentro dos parâmetros legais, empréstimo autorizado pela instituição mutuante [FHE/Poupex] e pago esse empréstimo com desconto em folha. Tudo da minha margem consignável, como qualquer servidor. À minha revelia, meu sucessor na Ajufer [Moacir Ramos] destinou parte do dinheiro da venda da sala comercial para abater a dívida do meu empréstimo".

Renauld, que exerce a função em Sinop (MT), disse que Moacir é seu inimigo.

Em reportagem publicada na Folha, em junho de 2011, a juíza Solange Salgado também disse que o uso de dinheiro da venda da sala para abater dívida foi uma tentativa de vinculá-la a um esquema fraudulento.

"Vislumbro uma tentativa ilícita de vinculação de pessoas que nada têm a ver com o esquema fraudulento e numa época em que os protagonistas já sabiam que o fato estava sendo descoberto", diz. "Não me beneficiei de qualquer valor, muito menos do valor da venda da sala."

Solange disse que participou de assembleia da Ajufer que decidiu sobre a anulação da venda e que votou pela investigação. Afirmou que iria pedir a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos envolvidos, inclusive os dela.

Charles Moraes disse, na ocasião, que paga seu empréstimo normalmente, com desconto em folha. Ele disse que deixou a presidência da Ajufer em dezembro de 2008, e que não teve participação na venda da sala. Afirmou que ficou surpreso ao receber cópia do documento com a orientação para abater sua dívida. Diz não ter como saber se isso ocorreu.

Folha não conseguiu ouvir Moacir Ramos, tendo deixado recado em seu celular. Em abril de 2011, ele afirmou que, "por questão estratégica", não deveria mais se manifestar.


Nenhum comentário:

Postar um comentário