A mudança no comando da Cesama anunciada ontem pelo prefeito Custódio Mattos (PSDB) aqueceu o ânimo das articulações para a disputa municipal do próximo ano. A exoneração de André Borges, que foi indicado para função pelo ex-presidente Itamar Franco, morto neste ano, é vista como a confirmação da entrada do deputado Bruno Siqueira (PMDB) na briga pela Prefeitura.
Por outro lado, a indicação para o cargo do ex-executivo da ArcelorMittal, Cláudio Horta, sacramenta a aliança dos tucanos com o PP. Em nota, a Administração ressaltou o currículo técnico do novo diretor-presidente da companhia e agradeceu o trabalho realizado por seu antecessor. André, por sua vez, tratou a mudança com naturalidade. Na despedida, lembrou-se de Itamar e considerou ter contribuído para a Cesama seguir como órgão público eficiente.
Bruno alegou que não comentaria a decisão do prefeito Custódio Mattos (PSDB). "É uma prerrogativa do prefeito promover mudanças nos cargos comissionados. Também não fui responsável pela indicação de ninguém no atual Governo." Embora esperada, a saída de um aliado não foi bem recebida pelo grupo dos itamaristas. Como André havia sido indicado pelo próprio Itamar e a sucessão propriamente dita começa apenas no próximo ano, a mudança foi vista por alguns até como truculenta.
A possibilidade de Bruno se candidatar a prefeito, entretanto, não foi afastada por nenhum de seus aliados. O assunto ainda segue indefinido dentro do próprio PMDB. A direção estadual peemedebista defende candidatura própria em Juiz de Fora com o deputado como candidato.
O que pesou na decisão dos tucanos não foi a hipótese da candidatura, mas todas as conjecturas envolvendo seu nome. O entendimento de Custódio, que teria sido explicitado ao próprio André, é de que com ou sem candidato próprio dificilmente PMDB e PSDB estariam juntos na sucessão municipal de 2012. Caso Bruno não seja nome, os peemedebistas devem caminhar com o deputado Júlio Delgado (PSB) ou com Margarida Salomão (PT). Sem enxergar nenhuma brecha para uma composição e considerando a importância da Cesama no município, o prefeito indicou um aliado certo para conduzir a companhia.
Antes de assumir, no entanto, Cláudio Horta, que é engenheiro metalúrgico, terá que aguardar a Câmara de Vereadores mudar a legislação que prevê apenas a engenheiros civil e sanitarista a prerrogativa de dirigir a Cesama.
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