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quinta-feira, 24 de março de 2011

OPORTUNIDADE DE BONS NEGÓCIOS


O governo brasileiro vai oferecer dinheiro (royalties) a municípios que toparem receber o lixo atômico produzido nas usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ).
Em fase de desenvolvimento, o projeto prevê o armazenamento dos resíduos nucleares em cápsulas de inox revestidas de concreto.
Prevê-se que esses depósitos de rejeitos tóxicos terão “prazo de validade” de 500 anos.  
Deve-se a informação ao presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. Ele participou, nesta quarta (23), de audiência pública no Senado.
A sessão reuniu senadores de três comissões: Infraestrutura, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia.
Convocada nas pegadas do acidente nuclear de Fukushima, no Japão, a audiência teve o propósito de checar a segurança das usinas nucleares brasileiras.
Vieram à luz inconsistências e problemas dignos de nota. O armazenamento dos resíduos tóxicos é um dos dilemas.
Othon Luiz contou aos senadores que a Eletrobras constrói, no momento, uma célula-piloto, para exibir aos prefeitos dos municípios.
O trabalho é desenvolvido sob supervisão da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear).
O presidente da Eletronuclear disse estar ciente da dificuldade que terá para convencer municípios a se converterem em depósitos de lixo nuclear.
Será preciso oferecer, disse ele, além de royalties, garantias de segurança que convençam a população das cidades e a comunidade científica.
O lixo nuclear recebe três tipos de classificação: alto risco, médio risco e baixo risco. Esse último recebe tratamento análogo ao dispensado ao lixo hospitalar.
Ficou claro na audiência do Senado que o acidente do Japão não provocará alterações no programa nuclear brasileiro. Ao contrário, pretende-se pôr em funcionamento Angra 3.

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