O jornal argentino "Clarín" não conseguiu distribuir neste domingo os cerca de 600 mil exemplares impressos no parque gráfico localizado no bairro portenho de Barracas. Em mais um capítulo da guerra entre o governo Kirchner e meios de comunicação privados do país, manifestantes vinculados ao líder sindicalista Hugo Moyano, aliado da Casa Rosada, impediram a circulação dos caminhões que deviam distribuir o jornal argentino. O protesto foi questionado por importantes dirigentes da oposição e pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que voltou a manifestar preocupação pelas restrições à liberdade de imprensa na Argentina.
Os cerca de 40 manifestantes que bloquearam a entrada da empresa Artes Gráficas Rioplatenses (AGR) suspenderam o bloqueio depois do meio dia deste domingo. Segundo fontes do grupo "Clarín", "está claro que o protesto foi organizado pelo pessoal de Moyano". Há cerca de dez dias, o líder sindicalista atacou a imprensa quando soube que o governo argentino recebera um pedido de informações da Justiça da Suíça, que está investigando empresas argentinas supostamente envolvidas em casos de lavagem de dinheiro. O documento enviado pelos tribunais suíços solicita, também, dados sobre Moyano e seus familiares. De acordo com informações publicadas por jornais locais, entre eles o "Clarín", o líder do sindicatos dos caminhoneiros está vinculado à empresa que está sendo investigação pela Justiça da Suíça.
- A inação das forças policiais diante deste bloqueio ilegal demonstra a aliança que existe entre o governo e Moyano - declarou o senador e pré-candidato presidencial Ernesto Sanz.
Após vários bloqueios que foram denunciados pelos meios de comunicação argentinos, um juiz do país exigiu ao governo que garanta a livre circulação de jornais e revistas em todo o país.
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