Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (25) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que a maioria dos brasileiros gostaria que as Forças Armadas combatessem a criminalidade em conjunto com as polícias Civil, Militar e Federal.
A opinião detectada pelo Ipea se sobrepõe à natureza específica das Forças Armadas. Enquanto que para 58,1% dos pesquisados os militares deveriam correr atrás de criminosos, 55,4% acreditam que defender o país em caso de guerra é atribuição suficiente.
A única região do Brasil onde essa proporção se inverte, ainda que por uma margem estreita, é no Sudeste. Na região, 61,9% são a favor da defesa, enquanto 59,2% gostariam que os militares combatessem o crime.
A função social das Forças Armadas, no entanto, ainda se sobressai. Para 49,7% dos entrevistados, os militares devem ajudar a população com sérvios médicos e sociais em casos de desastres naturais. Outros 33,7% disseram acreditar que os militares poderiam ser responsáveis por passar aos jovens valores como responsabilidade e disciplina, ou até mesmo ensinar uma profissão.
Guerra
O levantamento também tratou da percepção dos brasileiros sobre o uma eventual guerra. O Ipea quis saber de que forma os entrevistados contribuiriam em um eventual conflito entre o Brasil e outro país. Ao contrário do registrado em pesquisa divulgada pelo instituto em dezembro do ano passado, quando metade da população disse temer uma invasão estrangeira, apenas 16,1% dos brasileiros disseram que participariam como militares, inclusive em ações de combate, e outros 19,7% não estariam dispostos a contribuir de forma alguma.
O estudo ainda aponta que 34,9% não participariam como militares, mas ajudariam como civis, e outros 28,3% participariam como militares, mas não gostariam de participar de combates.
Sucateamento
O contraste entre a participação da população e a necessidade das Forças Armadas fica ainda mais evidente quando o Ipea pergunta aos seus entrevistados qual a percepção quanto ao estado atual dos equipamentos utilizados pelos militares. Apenas 48,1% consideram como boa ou muito boa a atual estrutura utilizada.
Apesar de não analisar uma correlação entre as duas coisas, o estudo leva a crer que esse talvez seja o motivo para 70,3% dos brasileiros serem favoráveis a um aumento nos investimentos militares. Além disso, quase 90% dos entrevistados se declararam favoráveis a um efetivo apoio governamental ao setor, inclusive com políticas de fomento à indústria de defesa no Brasil.
O Ipea também quis saber a opinião dos entrevistados sobre a participação do Brasil em missões de paz da ONU (Organização das Nações Unidas), como a no Haiti. Quase 80% dos brasileiros são favoráveis a esse tipo de ação, sendo a maioria na região Norte do país.
Orgulho
Como já era de se esperar, o Ipea também registrou que metade da população confia totalmente ou muito nas Forças Armadas. A diferença ficou em perguntar aos entrevistados se eles se orgulhavam de ser brasileiros. Entre os que disseram ser extremamente ou muito orgulhosos de serem brasileiros, o índice de confiança nos militares foi de 62,2%. Já entre os menos orgulhosos, o grau de confiança caiu para 24,6%.
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