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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

VACINA ACABA EM JUIZ DE FORA


As vacinas contra meningite nas clínicas particulares de Juiz de Fora estão esgotadas. Nos quatro estabelecimentos especializados com os quais a Tribuna conseguiu contato, ainda não há previsão de recebimento de novo estoque das doses. No SUS, a imunização faz parte do calendário básico de vacinação da criança e deve ser aplicada aos 3 e aos 5 meses com reforço entre 12 e 15 meses. A grande procura pela proteção se deve ao fato de Cabo Frio (RJ), um dos destinos preferidos dos juiz-foranos no período de férias, ter registrado um número elevado de casos da variação meningocócica para esta época do ano.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), dez casos deste tipo foram registrados em Cabo Frio desde o início de 2011, com quatro mortes, concentradas nos bairros Jacaré (3) e Gamboa (1). Em Juiz de Fora, houve notificação de seis ocorrências desta variedade este ano, mas nenhum paciente morreu. Na semana passada, a busca pela dose nos estabelecimentos privados estava até 20 vezes maior do que o normal.
De acordo com o infectologista do Hospital Universitário da UFJF (HU-UFJF), Rodrigo Daniel de Souza, não é possível considerar as ocorrências de Cabo Frio como um surto. "O que mais chama atenção é o fato de a maioria dos casos ter sido contabilizada desde outubro, já que a doença é mais comum no inverno. Outra coisa que chama atenção é o número de mortes e sua concentração em apenas dois locais." Segundo o especialista, não há risco de Juiz de Fora ser impactada pelo quadro cabo-friense. "O risco da doença existe, mas independe da situação em Cabo Frio. 
O contágio da meningite se dá pelo contato íntimo, direto e prolongado com as gotículas do portador da bactéria, a que normalmente o turista não está exposto." Ele explica que tais gotículas não se proliferam pelo ar, por isso a transmissão só ocorre com o compartilhamento de talheres, copos, pelo beijo ou contato acidental com a saliva, como pode acontecer com a tosse. Ainda conforme o médico, o principal transmissor é o "portador são". "É a pessoa que contraiu a bactéria, mas não desenvolveu a doença, mas a transmite para outras pessoas. Por isso, quando alguém adoece, provavelmente pegou a bactéria de um familiar ou pessoa próxima, e é preciso medicá-los para conter a proliferação bacteriana."
Prevenção
Segundo a Superintendência de Vigilância Epidemiológica da SES-RJ, não há necessidade de vacinação para os turistas que pretendem ir para Cabo Frio. Para se prevenir contra a doença, a recomendação é manter os ambientes ventilados e evitar aglomerações e locais fechados; além de manter a higiene pessoal e do local onde estiver. Já o pediatra Antônio Aguiar acredita que a melhor forma de garantir a proteção, sobretudo para os grupos de risco (crianças com menos de 1 ano e pessoas com imunodeficiência), é tomando a vacina. "Nesta época de temporada, o número de pessoas na cidade aumenta quase dez vezes em relação ao normal. A chance de estar em aglomerações é muito maior, assim como o risco de contágio", pondera. O efeito da vacina atinge o pico de imunização no período entre sete a dez dias após a aplicação.
A meningite pode ser viral ou bacteriana, sendo a meningocócica uma das variedades da última. Segundo o Ministério da Saúde, os principais sintomas são vômitos, dores de cabeça e no corpo, além de febre alta. "Mas o indício principal é a rigidez na nuca, que faz com que o paciente tenha dificuldade de encostar o queixo no peito", destaca Rodrigo Daniel. Pessoas que apresentem este quadro devem procurar um médico imediatamente.

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