Tradicionalmente, por especial delegação do Comandante do Exército, cabe ao Estado-Maior do Exército saudar os novos oficiais-generais.
Cumpro essa honrosa missão com satisfação e orgulho.
Senhores Generais de Brigada recém-promovidos!
Antes de tudo, parabéns! Os senhores não são “homens de sorte”, não “estavam no lugar
certo na hora certa”, nem “aproveitaram a oportunidade”. Os senhores, por mais de trinta anos, se prepararam para esse momento.
E, ao se preparem para esse momento, tornaram-se prontos para o próximo.
Os desafios superados para chegar até aqui foram enormes! Maiores, por certo, ainda estão por vir.
A fórmula para vencê-los é a mesma: preparação contínua, perseverança, disciplina, humildade, dedicação e muita fé.
Foi por identificar nos senhores esses atributos que o Alto-Comando do Exército os escolheu entre tantos outros igualmente capazes;o Comandante do Exército apresentou seus nomes
ao Sr Ministro da Defesa; e a Sra Presidenta da República acolheu e os promoveu ao primeiro posto do generalato – ato, que ora celebramos.
Considerando que a promoção dos senhores ao vértice superior da carreira das armas os eleva do gradiente operacional para o estratégico, estimo que vale fazer um curto sobrevoo
sobre percepções óbvias. Primeiro, porque percepção quase equivale à verdade; segundo,
porque é nas obviedades que a gente tropeça.
Vamos “às percepções óbvias”.
- A nova estatura do Brasil impôs às suas Forças Armadas uma necessária transformação. Isso implica pensar diferente para agir diferente, atualizar doutrinas de emprego e obter novas capacidades para, mantendo-se em estado de prontidão, fazer face às
imprevisibilidades.
Estejam motivados para este desafio. Sabe-se que motivação é impulso interno que leva à ação, gera otimismo, e fomenta inovações e avanços.
Trilhem esse caminho com determinação, sabendo que essa transformação será uma longa jornada, não um destino.
Munam-se para isto de planejamento realista, gestão austera, acompanhamento dos cenários e ação de comando.
- Fiquem surdos às mensagens pessimistas. A melhoria do Exército é contínua. Somos uma Instituição que aprende. A Força possui um Plano de Articulação e Equipamento,alinhado
com ações orçamentárias, que dá efetividade aos planejamentos e permite sua transformação.
- Planejamento estratégico não é futuro, é presente que impacta o futuro. Planejem! Futuro é para ser construído, não para ser previsto.
- É certo que não conhecemos as ameaças, mas conhecemos o que temos que defender. Portanto, as capacidades a serem adquiridas não são subjetivas.
Elas podem ser traduzidas em: ter Forças Armadas prontas para defender um país equivalente à Europa Ocidental, e que se alinha entre os principais atores globais;
possuidor de voz ativa, e credor de respeito e responsabilidades internacionais.
- Defesa e segurança não admitem vacância. E o Brasil ainda precisa consolidar a ocupação soberana do próprio território.
Aí entram o braço forte defendendo o País e a mão amiga protegendo o cidadão.
- Quanto mais igual mais estéril é o grupo. Quanto mais coeso mais forte ele é. Temos, portanto, que basear nossa doutrina de emprego em operações conjuntas e interagência,
permitindo que a interoperabilidade e a complementaridade permeiem todas as ações,
potencializando a força das nossas Forças.
- Fronteira não é barreira é traço de união. Esse entendimento faz parte da política de cooperação que o Brasil vem adotando para com os países vizinhos.
Nesse sentido, o Exército tem sido um efetivo instrumento de construção de confiança em foros multilaterais, criando arranjos supranacionais que buscam harmonia fundamentada em
prosperidade.
- O Brasil já é percebido grande; já é grande; mas ainda não adquiriu as condições para manter-se grande. A sua defesa é um dos pilares dessa sustentação e tem no Exército um
um dos meios de fortalecê-la.
No nível estratégico, os senhores não podem se afastar dessas percepções.
Pousando, cabe-nos voltar ao dia de hoje e celebrar, com alegria festiva, a vitória dos senhores sob o olhar ufano dos familiares e amigos.
O dia é pleno: cumprimento à Comandante Supremo das Forças Armadas, selando o compromisso de cada um com o Estado Brasileiro; promoção na Ordem do Mérito Militar;
recebimento do Bastão de Comando e da Espada de Oficial-General; primeira continência
da tropa, enfim uma síntese da História do Exército, que se confunde com a formação da nossa nacionalidade e encontra em CAXIAS, o Pacificador, um paradigma de cidadão e
soldado que não se desbota com o tempo.
Por fim, é chegado o momento dos senhores.
Apontem suas bússolas na direção do futuro do Brasil, preservem as alegrias de hoje,
mantenham a confiança de sempre e prossigam na missão!
De forma sucinta, era isso que me cabia transmitir aos senhores por ordem do Sr Comandante do Exército.
Mais uma vez, parabéns! Que Deus seja louvado em suas vidas!
Brasília, DF, 19 de novembro de 2011.
General de Exército JOAQUIM SILVA E LUNA
Chefe do Estado-Maior do Exército
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