No dia em que a ocupação do Complexo do Alemão, na zona norte, completa um ano, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou que houve uma queda significativa de vítimas de arma de fogo. A região, que está sob responsabilidade do Exército,deve receber uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) em 2012.
As estatísticas do Hospital Estadual Getúlio Vargas, no bairro da Penha, mostram que, no mês de outubro de 2011, a unidade de saúde recebeu em sua emergência 21 feridos por arma de fogo e apenas um chegou morto. No mesmo período de 2010, foram 54 vítimas e oito delas já deram entrada na unidade em óbito.
Outro dado observado é que em todos os meses do ano passado parte dessas vítimas atingidas por armas de fogo já chegavam mortas ao hospital. Em 2011, nos meses de junho, julho e setembro nenhum paciente com esse perfil chegou à unidade de saúde em óbito.
Para o diretor da unidade, Carlos Henrique Ribeiro, os números estão diretamente ligados ao processo de pacificação. “Percebemos uma grande redução nas estatísticas de entrada de pacientes na emergência atingidos por armas de fogo. Antes, tínhamos um percentual bem maior de vítimas da violência urbana. O que vemos hoje é que os pacientes que chegam com traumas estão, na maioria, envolvidos em acidentes de trânsito ou quedas de laje”.
Para a equipe do hospital, a pacificação também foi muito importante.Segundo o diretor da unidade, os profissionais estão trabalhando com mais tranquilidade e segurança. Ele contou que, antes, frequentemente havia no hospital pessoas com ferimentos típicos de guerra e pacientes sob custódia, o que acabava gerando grande stress em todos.
Carlos Henrique Ribeiro observa que ainda há atendimento à vítimas de tiros,mas os ferimentos são menos complexos, pois as armas são de menor potencial destrutivo.
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