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quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Árvore de Natal do Complexo do Alemão será inaugurada dia 3 de dezembro
A inauguração contará com a apresentação de Afro Samba e Afro Lata, grupos artísticos do AfroReggae, e de uma grande queima de fogos de aproximadamente oito minutos. A partir de 8 de dezembro, foi preparada uma programação cultural especial, com apresentações de subgrupos do AfroReggae, em datas pré-definidas.
MPM participa de debate sobre a constitucionalidade da Força de Pacificação
Os promotores de Justiça Militar Otávio Bravo e Jorge Augusto Lima Melgaço participaram, no dia 24 de novembro, na Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro, do Painel “A Ocupação do Complexo do Alemão e Vila Cruzeiro pela Força de Pacificação em face das normas constitucionais”. Avaliando o emprego das Forças de Pacificação para a garantia da lei e da ordem na região compreendida pelo Complexo do Alemão e Vila Cruzeiro, todos os participantes do debate foram unânimes em afirmar que não há inconstitucionalidade ou ilegalidade na operação.
Até então contrário ao uso das Forças Armadas em ações para garantia da segurança urbana, o promotor Otávio Bravo foi o primeiro a manifestar que, após pesquisar sobre o tema, não encontrou nenhuma violação à legislação vigente ou à Constituição Federal.Segundo Otávio Bravo, sua mudança de visão sobre a matéria e o consequente desaparecimento do preconceito que tinha a respeito foram influenciados pela percepção de que há atualmente uma tendência mundial de utilização das Forças Armadas em ações de patrulhamento ostensivo na sociedade civil. O promotor relatou situações de guerrilha urbana ocorridas em outros países em que as FFAA foram chamadas para garantir a segurança da população. “Será necessário retreinar os militares para que possam lidar com essa nova realidade de intervenção e atuação na sociedade”, ponderou.
Em relação à questão constitucional, Otávio Bravo referiu não vislumbrar necessidade de decretação de intervenção federal para que as Forças Armadas possam vir a ser utilizadas em atividade de garantia da lei e da ordem. “A intervenção”, lembrou, “está voltada para situações de desarmonia federativa e, no caso da ocupação do Complexo do Alemão, a origem da ação não resultou de um cenário de desarmonia, mas, ao contrário, de uma situação de harmonia, em que o Estado do Rio de Janeiro buscou voluntariamente o apoio do Governo Federal”.
Otávio Bravo classificou ainda como exemplar o trabalho desenvolvido pelo Exército no Complexo do Alemão. Ele afirmou que abusos pontuais possam vir a ser cometidos por integrantes das tropas, mas, como lembrado, algumas ações das polícias civil e militar também registram infrações. “O relevante é perceber que, completando um ano de atuação, nenhum problema maior foi identificado e o melhor, nenhuma morte registrada”.
O promotor Jorge Melgaço falou em seguida e, saindo da questão jurídica e entrando na parte social, declarou que a ocupação do Complexo do Alemão é justificável ainda que fosse percebida qualquer inconstitucionalidade. “Só duas forças são capazes de ocupar o Alemão: o Exército e o tráfico. Eu prefiro o Exército”, disse ele.
Para justificar sua posição, o promotor relatou experiências vividas nas comunidades carentes em que atuou quando na Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro. Jorge Melgaço acompanhou o processo de instalação do tráfico em várias favelas e pôde testemunhar a opressão imposta à população. “A realidade é pior que se imagina”, declarou.
Segundo o promotor, a finalidade precípua do Direito é o bem-estar social, a manutenção das relações sociais, e, para aquela comunidade, a única forma de conquistar isso é pela atuação da Força de Pacificação. “O Direito é um instrumento, não pode ser o fim em si mesmo”, afirmou para justificar sua posição pela constitucionalidade da ação.
Encerrando, Jorge Melgaço abordou a polêmica em torno do mandado de busca e apreensão coletivo, questionado por alguns. Para o promotor, os mandados estão de acordo com o art. 178 do Código de Processo Penal Militar. O citado artigo estabelece que o mandado deverá indicar, o mais precisamente possível, a casa e o nome do proprietário. Recorrendo novamente à vivência nas comunidades, ele explicou que em localidades como o Alemão as casas são geminadas, com lajes sobrepostas, sem número e sem nome das ruas. Essas limitações, acrescenta, impedem a precisa identificação de residências e proprietários. Ressalte-se, como lembrado pelo promotor, que as moradias também não possuem registro público. Nessa situação, o possível é o mandado de busca e apreensão coletivo.
O procurador de República no Rio de Janeiro Daniel Sarmento, professor de Direito Constitucional, ratificou o entendimento emitido pelos membros do MPM quanto à constitucionalidade e legalidade da presença das Forças de Pacificação no Complexo do Alemão. Analisando as possibilidades de emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem (Intervenção Federal, Estado de Defesa e Estado de Sítio), o procurador concluiu que o modelo adotado no acordo foi o mais apropriado ao tipo de ocupação necessária para a região do Alemão e da Vila Cruzeiro.
Um temor revelado pelo procurador é em relação ao texto da Lei Complementar nº 97/99 - dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas. Daniel Sarmento considera o texto dessa lei vago, possibilitando o emprego das FFAA na segurança pública de forma banalizada. “Será necessária uma interpretação restritiva da LCP 97 para evitar que a exceção vire regra”, argumenta.
Para que sejam evitados abusos na atuação, o procurador sugere que seja verificada a ação da Polícia Militar. “O que deve ser observado é que as FFAA podem fazer no Complexo do Alemão o que a Polícia Militar faz nas ruas”. Toque de recolher, proibição a bailes, ações vedadas à PM, também não poderão ser adotadas pelas Forças Armadas.
Abrindo a programação do painel, o procurador-chefe da Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro, Guilherme Raposo, parabenizou as procuradoras regionais dos Direitos do Cidadão Gisele Porto e Aline Caixeta, organizadoras do evento, pelo trabalho de apoio e suporte dado às tropas e à comunidade no Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro.
Em seguida, o General de Exército Adriano Pereira Junior, comandante Militar do Leste, fez uma resumo da atuação da Força de Pacificação e detalhou trechos do acordo para seu emprego no Complexo do Alemão. O general vinculou o êxito da operação ao comprometimento de todos os envolvidos: o Exército; as polícias Militar e Civil, que também possuem efetivos na Forças de Pacificação; o Ministério Público (Militar, Federal e Estadual) e o Judiciário. Segundo o general Adriano, no início do mês de dezembro serão implantadas as primeiras Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) na região ocupada e, em 30 de junho de 2012, será encerrada a operação da Força de Pacificação no Complexo do Alemão.
GENERAL ILÍDIO GASPAR FILHO
PARABENIZAMOS O CHEFE E AMIGO GEN DIV ILÍDIO GASPAR FILHO, COMANDANTE DA 4ª REGIÃO MILITAR, PELA PASSAGEM DE MAIS UMA DATA NATALÍCIA NA DATA DE HOJE, 30 DE NOVEMBRO. AUGURANDO-LHE PAZ, SAÚDE, PROSPERIDADE E MUITO SUCESSO NOS CAMPOS PROFISSIONAL E PESSOAL.
SOM ALTO
Basta a sanção do Executivo para que sons automotivos, produzidos por equipamentos instalados em veículos que estejam circulando, parados ou estacionados em vias públicas sejam proibidos entre 22h e 7h. E mesmo fora desse horário, as músicas ou mensagens em automóveis não poderão ultrapassar 70 decibéis, conforme determinação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A restrição foi aprovada ontem pela Câmara na forma de uma emenda ao Código de Posturas do município, apresentada pelo vereador José Sóter Figueirôa (PMDB). Na legislação vigente, já são "expressamente proibidos os ruídos que causem desconforto acústico, permanente ou intermitente, produzidos por aparelhos ou instrumentos de qualquer natureza nas vias públicas ou para elas dirigidos, salvo quando autorizados por legislação pertinente", sem especificar o sons em carros. Agora, o cerco a quem anda com o som do carro no último volume se soma a já existente proibição de barulhos provocados por estampido de morteiros, bombas, foguetes, rojões, fogos de artifício e similares, e também por animais que incomodem a vizinhança.
Em sua justificativa, Figueirôa argumentou que, na cidade, "a perturbação do sossego alheio provocada pelo som automotivo tem sido uma verdadeira tormenta". "Em praticamente todos os bairros, inclusive na área central, os proprietários de veículos dotados de equipamentos de sons especiais têm por hábito circular pelas madrugadas com o som ligado a todo volume, pouco se importando se os ruídos provocados afetam ou não o sossego das pessoas que se encontram em repouso em seus lares. Fatos que, embora denunciados cotidianamente pela mídia, passam despercebidos pelas autoridades competentes, que não tomam providências para fazer cessar tais incômodos." O peemedebista também frisou que o uso inadequado dos equipamentos sonoros se enquadra em contravenção penal, pelo crime de poluição sonora pelo Código de Trânsito Brasileiro, podendo ser punido com multas ou até com a apreensão do veículo.
Os vereadores Roberto Cupolillo (Betão, PT), José Tarcísio Furtado (PTC) e Francisco Evangelista (PP) parabenizaram Figueirôa pela matéria. Já o vereador Júlio Gasparette (PMDB) cobrou, ironicamente, o posicionamento do Executivo. "Torço para que a Prefeitura sancione esse projeto e que Juiz de Fora tenha uma lei que, se você chamar a polícia ou os fiscais de postura, eles saibam que há uma norma que precisa ser cumprida."
PREFEITURA DE JUIZ DE FORA
Deve ser votada hoje na Câmara a mensagem do Executivo que pede autorização para um financiamento de R$ 5 milhões junto ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Os recursos serão destinados a custear projetos de infraestrutura urbana dentro do programa de modernização institucional e ampliação da infraestrutura em municípios do Estado de Minas Gerais (Novo Somma). A matéria entrou na pauta de ontem, mas foi adiada a pedido do vereador Roberto Cupolillo (Betão, PT). No entanto, o vereador Rodrigo Mattos (PSDB) solicitou ao petista que liberasse o processo para esta quarta-feira. "É um empréstimo de R$ 5 milhões que vem quase de graça para o município, com juros de 4% ao ano e quinze anos para pagar. Seria importante aprovarmos amanhã (hoje), porque tem prazo", argumentou o tucano.
No mês passado, quando a proposta começou a tramitar no Palácio Barbosa Lima, o secretário municipal de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, André Zuchi, explicou que os investimentos serão, principalmente, em estrutura viária, melhorando as vias para auxiliar no fluxo de veículos e no transporte coletivo. A mensagem ainda prevê contrapartida de 10% do município, de modo que o montante previsto para as intervenções é de R$ 5,5 milhões. No entanto, a matéria tem recebido críticas, principalmente dos vereadores insatisfeitos com o descumprimento das emendas parlamentares a orçamentos passados e com o veto do Governo às intervenções dos vereadores na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2012. "Não vejo cuidado do Executivo com as nossas emendas, como temos com as mensagens do Executivo. Aqui tem R$ 5 milhões para asfaltamento, mas nossas emendas de asfaltamento foram vetadas", reclamou Júlio Gasparette.
Além disso, o vereador Luiz Carlos do Santos (PTC) ressaltou que, de acordo com resposta da PJF a um pedido de informação feito por ele, o município gastou quase R$ 4 milhões em publicidade e propaganda só no primeiro semestre. "Por que podemos gastar R$ 4 milhões em seis meses e depois fazer uma dívida de 15 anos?", contestou. O líder do Governo na Casa, Noraldino Júnior (PSC), rebateu. "Vossa Excelência fala em publicidade e propaganda, mas se esquece de que há várias informações que precisam ser repassadas à população. Como no caso da campanha contra a dengue, por exemplo."
DESPERDÍCIO, FALTA DE SOLIDARIEDADE
Ao mesmo tempo em que 16 milhões de pessoas ainda vivem em situação de extrema miséria no Brasil, como aponta o último censo do IBGE, o desperdício acintoso de alimentos ainda é uma realidade em várias partes do país. Nos restaurantes de Juiz de Fora, por exemplo, centenas de quilos de comida vão para o lixo todos os dias porque os consumidores colocam no prato mais do que o necessário. Esta situação ocorre, principalmente, nos estabelecimentos self-service com preço fixo, sem a utilização da balança. No Restaurante Universitário (RU) do Campus da UFJF, por exemplo, três mil e duzentas refeições são servidas diariamente no almoço, a preço simbólico de R$ 1,40. Desse total, entre 80 e cem quilos de comida acabam inutilizados. A quantidade leva em conta o alimento deixadado nos pratos e o que fica nas bandejas de exposição, mas não é consumido. De acordo com a nutricionista da UFJF, Cassia Cardoso,que acompanha os trabalhos realizados no RU, a comida desperdiçada seria suficiente para outros 250 pratos (com peso médio de 400 gramas cada).
Para tentar diminuir o desperdício, a direção do RU passou a colar cartazes dentro do refeitório, informando aos consumidores o montante de comida jogada fora a cada dia. Isso porque, segundo Cassia Cardoso e a nutricionista Thais Lamha, representante da empresa responsável pela cozinha, a maioria da sobra vem dos pratos, apesar de os alunos terem a possibilidade de repetir a refeição quantas vezes quiserem. "Queremos implementar uma grande campanha de conscientização. Também passamos a monitorar quais são os alimentos que mais agradam para evitar, de qualquer maneira, que a comida seja inutilizada", disse Thais.
A presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar (Comsea), Maria Goretti Simões, qualifica o problema da UFJF como "lamentável". "Teoricamente, os universitários teriam uma maior capacidade de conscientização, mas, infelizmente, não é isso que acontece. É triste saber que comida é jogada fora em uma cidade onde ainda há pessoas passando fome." Segundo ela, atualmente é discutido com a Prefeitura a possibilidade de ser elaborado um estudo sobre segurança alimentar no município. "Acredito que a divulgação desta pesquisa ajudaria o consumidor a refletir sobre seus próprios hábitos e desperdícios."
Preço fixo sem balança
O gerente de uma rede de restaurantes com cinco unidades em Juiz de Fora, João Batista Santos, reitera o desperdício e critica a falta de conscientização dos clientes. Segundo ele, por dia, são vendidos cerca de 1.750 pratos de comida na rede, no valor unitário de R$ 6. Desse total, aproximadamente 75 quilos (15 quilos em cada loja) vão para o lixo. Conforme o gerente, a quantidade inutilizada é equivalente a cerca de cem pratos cheios.
"É uma sinuca de bico. Se vendermos por peso, perdemos clientes. Se liberarmos para as pessoas repetirem (evitando o excesso de comida no prato), a fila para se servir ficaria maior e precisaríamos contratar mais colaboradores para controlar o fluxo. Com o preço fixo, conseguimos manter a fila pequena, um bom movimento, mas perdemos muita comida." Segundo João, se o desperdício fosse menor, o preço também poderia ser reduzido.
Ele diz que toda a comida desperdiçada pelos consumidores é armazenada em containers e, semanalmente, doada para uma fazendeira. "Como não podemos reutilizar este produto, e muito menos vender, nós entregamos esta sobra para proprietários de uma fazenda. No local, a comida é transformada em lavagem e fornecida aos animais."
Campanha contra fome, obesidade e perda de alimento
O Conselho Federal de Nutrição (CFN) promove, desde o início do ano, uma campanha contra a fome, obesidade e desperdício de alimentos. De acordo com o coordenador técnico do CFN, o nutricionista Antonio Augusto Fonseca Garcia, qualquer quantidade de alimento que se joga fora no país pode ser considerada um absurdo. "Nossos estudos apontam que 6% da população brasileira ainda passam fome. São cerca de 10 milhões de pessoas."
Informado sobre a situação identificada em Juiz de Fora, o nutricionista afirma que esta não é uma exclusividade do município. Para o especialista, a melhor maneira de minimizar este problema é promover campanhas educacionais dentro dos estabelecimentos. Ele sugere a confecção de cartazes, mostrando como montar um prato de comida. "O consumidor, quando chega aos restaurantes e se depara com a grande variedade de alimentos disponível, vai querer um pouco de tudo. Este é um dos principais motivos do desperdício", completa.
Para o proprietário de outro restaurante na modalidade preço fixo, sem balança, instalado na área central de Juiz de Fora, Matheus Emerick de Magalhães "quanto mais caro for o preço da refeição, menor será o desperdício". Seu restaurante vende aproximadamente 150 pratos por dia, a R$ 7. "Mesmo cobrando um pouco mais caro que outros, ainda tem desperdício. São mais de cinco quilos jogados fora todos os dias."
Mudança de hábito
A nutricionista responsável pela Sopa dos Pobres em Juiz de Fora, Adriana Domingues, entende que, para diminuir o desperdício de comida nos restaurantes, o hábito alimentar do brasileiro precisa ser modificado. "Muitas pessoas saem para trabalhar cedo e não tomam café da manhã. Na hora do almoço estão famintos e se servem com muita comida. O problema é que o organismo não consegue processar todo aquele alimento e, muitas vezes, metade do colocado no prato já seria o suficiente para deixá-lo saciado. Se os brasileiros comessem de três em três horas, certamente este tipo de desperdício seria muito menor."
Conforme Adriana, na Sopa dos Pobres, são oferecidos cerca de 500 pratos por dia, e a quantidade jogada fora é muito pequena.
Taxa para coibir os excessos
Um restaurante de Juiz de Fora, inaugurado há cerca de dois meses, no Bairro Granjas Triunfo, região Nordeste, adotou há cerca de um mês a taxa de desperdício (cobrança de um valor a mais por comida deixada no prato). De acordo com um dos proprietários do estabelecimento, Roberson dos Passos, a iniciativa contribuiu para diminuir pela metade o desperdício de alimento. "Afixamos cartazes, informando que será cobrado um valor adicional de R$ 3 se sobrar comida no prato. Percebemos que os clientes mudaram o hábito, sendo mais racionais na hora da escolha."
Neste estabelecimento, é cobrado um valor fixo e a pessoa pode se alimentar durante todo o dia, não só com almoço, mas também em porções individuais de carnes ou frituras. "Servimos cerca de 150 refeições a cada domingo (dia de maior movimento). Percebemos que os consumidores não enchiam o prato por maldade, mas faltava esta consciência." Embora a iniciativa tenha dado resultado, ainda há cerca de 15 quilos de resto de comida indo para o lixo. "Este alimento se transforma em ração para as criações que existem na propriedade."
Sobre esta prática, o coordenador técnico do Conselho Federal de Nutrição (CFN), Antonio Augusto Fonseca Garcia, diz que a iniciativa é válida, mas apenas em casos extremos. "É a educação pelo bolso". Na opinião do conselho, se as regras ficarem acessíveis ao cliente antes da compra, não há nada de ilegal nisso. "Mudar o hábito alimentar de uma população demora muitos anos. A taxa é uma alternativa, mas não deve ser a única. Ainda acredito no resultado por meio das campanhas educacionais."
O procurador municipal Eduardo Floriano, que também atua no Procon, entende que a cobrança da taxa não é ilegal, desde que as regras estejam claras e visíveis para o consumidor. "Claro que cada caso deve ser analisado, mas se houver informação, não vejo problema algum", avalia.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Comando Militar do Leste – Solenidade
Rio de Janeiro (RJ) | |
No dia 25 de novembro, foi realizada uma solenidade na Praia Vermelha em memória das vítimas da Intentona Comunista de 1935, enaltecendo os valores democráticos de nossa nação.
O Comandante do Exército, General-de-Exército Enzo Martins Peri, oficiais generais da ativa e da reserva, representações de militares integrantes das três Forças Armadas, familiares das vítimas e civis participaram do evento.
FONTE: www.exercito.gov.br
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ALEMÃO: TEMOS QUE NOS ORGULHAR DOS NOSSOS SOLDADOS, DIZ GENERAL
General Adriano Pereira Júnior: ‘Vamos fazer uma operação mais forte antes de sair’
Elaine Gaglianone e João Antônio Barros
Nos últimos 12 meses, é o antigo QG do tráfico que interrompe o sono pelo menos três vezes na semana do general Adriano Pereira Júnior, comandante Militar do Leste e responsável pelo policiamento nos Complexos do Alemão e da Penha. “Embora não viva lá, vivo aquilo lá todos os dias”, repete o oficial, que elege a missão como a maior da carreira de 48 anos no Exército.
“Quantas vezes na vida nós temos uma oportunidade dessa, de ajudar tanta gente?”.
Em março, começa a passar o bastão da ocupação para a PM. Antes, fará ação com o Batalhão de Operações Especiais (Bope) para vasculhar casas onde restam armas escondidas. Classifica as comunidades como os bairros mais policiados do Rio, mas isso não livrou a população do medo. “Ela tem medo. O medo ainda é maior”.
As comunidades são seguras?
A população quer a paz, 99% nos apoiam. Aquilo lá não está totalmente em paz, mas é um bairro policiado. As pessoas que compravam drogas lá devem estar procurando em outra região, porque o policiamento é muito grande. Hoje, 98% do tráfico são para o público interno. As bocas são itinerantes.
Ainda há traficantes?
Eles estão lá dentro, saíram na invasão, naquele bolo, e depois voltaram. A maioria não tem antecedente criminal. Mas a população sabe quem era ligado ao tráfico. Então, a população tem medo. Imagina quem mora lá dentro e sabe que esse homem é ligado ao tráfico, ele passa e faz ameaça. Ela tem medo. O medo ainda é maior.
O chefe do tráfico está lá?
Nós temos informações de que de vez em quando o Mica (Paulo Rogério de Souza Paes) vai lá, mas não vive lá. Ele não fica ali dentro. Acredito que ele vai lá mais para mostrar presença, dentro da perspectiva de que um dia retorne, para dizer: ‘Olha, eu ainda estou vivo, eu tô aqui e ainda mando aqui’. Agora, nós estamos atrás dele, nós vamos pegar ele.
Ainda há perigo nas comunidades?
Hoje nós temos segurança na área, a população está segura, se você for considerar número de homicídios, tanto em assalto, tudo caiu barbaramente. Estamos numa área das mais seguras do Rio. Não há bairro tão policiado. Estamos empregando 1.800 homens. Eles ficam lá, dormem e trabalham, não têm folga. Não tem sábado, domingo, feriado. Desses, 800 homens estão nas ruas 24 horas.
Os moradores apoiam a ocupação?
No dia 25 de dezembro eu fui à missa de Natal na Igreja da Penha. Após a missa, uma senhora perguntou se eu era o chefão, que queria dar um abraço no chefão. Perguntei a razão e ela respondeu: ‘Agora tenho direito de dormir’. A residência dela é na Praça São Lucas, na Vila Cruzeiro, local da festa dos traficantes do Complexo da Penha. Eles botavam uma mesa enorme com bebida, drogas e funk, os baladões do funk. E ela não dormia. Ela foi agradecer o direito de dormir.
Com traficantes na comunidade, não há risco de confrontos?
Nós temos uma norma lá: fazer uma prisão é importante, mas se ela oferecer risco para a população, não prende. Em primeiro lugar a segurança da população. Nós não estamos num campo aberto. Estamos numa área onde crianças estão brincando, as escolas funcionando e o comércio aberto. Então, não faz operação. Vão pegar mais à frente. Vai ter outra oportunidade. Ele vai dar sopa. Não adianta estar lá, fazer muita prisão e ter gente machucada.
Mas ocorreram confrontos no Complexo do Alemão?
Os episódios de setembro foram uma armação. Para entender: a renda do traficante não está só na droga. Tá no gatonet, no gás. Uma semana antes do problema (conflito entre homens da Força de Pacificação com moradores) fizemos operação junto com a ANP (Agência Nacional de Petróleo) em cima do gás. Eles foram multados e o material apreendido, e já tínhamos atacado o gatonet. Aí saiu a notícia de que o Exército ficaria até junho, não iria sair em outubro. Não acredito em tanta coincidência. No domingo, veio o problema no bar. Aquilo tudo foi armado.
O que exatamente aconteceu no bar?
A patrulha passou e viu os dois suspeitos. Aí faltou experiência para saber que não era o momento. Aquele grupo no bar se rebelou e não quis deixar a patrulha fazer a checagem. Isso desencadeou o desentendimento e houve disparo de munição não letal contra as pessoas que estavam tentando agredir a patrulha. Aí, no dia 5, houve o protesto, com faixas muito bem feitas, tinham 53 pessoas. No dia 6, aconteceram os tiros de fuzil do Adeus, da Baiana e um ponto de dentro da nossa área, que veio da Penha
Era o tráfico contra o Exército?
As imagens mostram que eles não estavam tentando atirar contra a tropa. Os tiros foram a esmo. Eles queriam fazer terror. Primeiro foi o gás, depois a notícia de que ficaríamos até junho. Acho que domingo aconteceu meio por acaso e, segunda e terça, foi o aproveitamento.
Os tiros o assustaram?
Foi triste ver bala traçante de novo cruzando a cidade. Li mensagens na Internet, de pessoas que estavam na Grota e diziam: ‘Estou ouvindo tiro, o trabalho (do Exército) estava tão bom, será que vai voltar ao que era?’.
E vai voltar, general?
Não vai voltar. Enquanto o Exército estiver lá é ponto de honra que aquelas pessoas continuem vivendo bem. Não há mínima condições de eles voltarem. Se tentarem, tenho 1.800 homens empregados lá e boto mais mil, mais dois mil homens. A missão é para ser cumprida, e a minha missão é preservar a segurança pública no Complexo do Alemão e na Penha.
A invasão da Rocinha foi melhor do que a do Complexo do Alemão?
A Rocinha talvez tenha sido a operação melhor executada e muito bem planejada. A polícia antes entrou algumas vezes lá e fez alguns estudos e verificações. Com um trabalho de inteligência. Quantos líderes foram presos na Rocinha antes da ocupação? Quando fez a invasão, está lá com a tropa especializada, que é o Bope, fazendo o vasculhamento. Tá tirando de lá o armamento, drogas, material ilícito. Quando o Bope sair, vão chegar as UPPs e a área tá limpa. Essa é a sequência. No Alemão não teve a sequência. Um mês foi pouco para o Bope fazer a limpeza naquela área.
Ainda existem armas e drogas nos Complexos?
Existem. Esse material ficou lá e é um risco. O traficante vai querer entrar para retirar e pode render também ações de pessoas ligadas ao tráfico, inclusive policiais, que queiram entrar lá para retirar esse material. Isso nós sabemos que pode acontecer.
Há armamento enterrado?
Enterrado, não acredito. Nós encontramos tonéis enterrados lá na área da mata, mas já vazios. Nós apreendemos muito material. Ao término de nossa missão lá, antes de sair, vamos ter que fazer uma operação mais forte, de vasculhamento, até com o Bope junto conosco, para implantar a UPP. Eu acredito que o material que estava fora nós já apreendemos. Mas dentro de casas tem.
Quando o senhor começa a passar o território à PM?
Houve uma negociação minha com a Secretaria de Segurança Pública e, a partir de março, eles começam a instalar as UPPs no Alemão. Nós vamos progressivamente passando as áreas para o governo do Estado. Tudo estará concluído até 30 de junho.
O senhor acha que a tropa fica exposta em comunidades carentes?
Nós treinamos para isso. Nós preparamos o nosso soldado. Eles fizeram treinamento específico de dois meses, com uso de arma não letal, como se comportar, conheceram a legislação. Está sendo incutido na cabeça do soldado como ele deve agir. O militar é preparado para cumprir missões. Nós fazemos estradas, e não matamos ninguém fazendo estrada. Nós atendemos nas enchentes. O militar brasileiro é diferenciado, é considerado o melhor pela ONU.
O soldado brasileiro é um modelo?
Temos que nos orgulhar dos nossos soldados. As Forças Armadas dos Estados Unidos já vieram conversar comigo. A última foi a chefe de gabinete da secretária de Governo, Hillary Clinton. Eles querem saber como é que o Exército consegue atuar dentro de uma área dessa, que não é um campo de batalha. É o que eles enfrentam no Iraque. É trabalhar numa área humanizada, onde a população tem que ser preservada. A nossa maior missão lá (Alemão) não é prender bandido, como a deles (americanos) no Iraque não é prender o terrorista. É manter a população em segurança.
O senhor tem meta no Complexo?
Um dia eu falei com o governador (Sérgio Cabral) que tinha colocado como meta que, ao final do nosso período de ocupação, nós estaríamos fazendo o policiamento desarmados. E ele assim: ‘Não faça isso, não bote os seus homens em risco’. Respondi: ‘Não governador, essa é uma meta que serve para balizar, um farol que sei que não vamos chegar, porque temos os pés nos chão, mas é um farol que vai balizar as minha ações’. Ou seja: eu entro lá com fuzil, depois vou diminuindo para pistola, vou diminuindo para arma não letal. Eu tenho que ir diminuindo a ostentação de armas até para reduzir o clima de conflito e violência. Se vou conseguir, não sei ainda.
Como o senhor avalia a ocupação dos Complexos do Alemão e da Penha?
A gente, às vezes, não avalia corretamente as coisas. Para nós, que vivemos em outros bairros e nunca vivemos numa área dessa, não representa muito, todo dia de manhã, mandar os filhos à escola sabendo que eles vão encontrar a escola aberta e voltar no final da aula. Para quem não tinha essa segurança, quanto representa isso? Muita gente fala mal das ações do governo. Estão faltando ações sociais, mas melhorou muito. Aquela comunidade está agradecida. Eles telefonam, mandam e-mails.
O DIA ONLINE/montedo.com
Ocupação no Complexo do Alemão reduziu feridos por bala no Getúlio Vargas Leia mais sobre esse assunto em http://oreporter.com/detalhes.php?id=65451#ixzz1f5rbqGpD ©2009 - 2011. Todos os direitos reservados a O Repórter.com Ltda Me. Reprodução de conteúdo proibida sem autorização escrita dos editores do portal.
RIO DE JANEIRO (O REPÓRTER) - Dados fornecidos pela Secretaria de Saúde revelam queda no número de pessoas baleadas nas proximidades do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro após a pacificação da região realizada em novembro de 2010. Deram entrada no Hospital Estadual Getúlio Vargas este ano menos 155 pessoas vítimas de perfuração por arma de fogo do que no ano passado (451 baleados), sendo a redução registrada de 34,3 % (dados de janeiro a outubro). Só em outubro deste ano, foram 21 casos contra 54 no mesmo mês de 2010, uma diminuição de 61%.
Também houve menos mortes na comparação entre os dois períodos: no ano passado, de janeiro a outubro, 66 pessoas morreram baleadas. Após a ocupação das forças de segurança o registro de mortes por armas de fogo nas redondezas do complexo, que reúne 13 comunidades, caiu para 28. Além disso, entre os meses de junho, julho e setembro não foram registrados óbitos causados por perfuração por armas de fogo.
A divulgação da queda do número de baleados - um ano após a ocupação das comunidades que durante décadas foram dominadas por traficantes - é comemorada pelos profissionais de saúde, que diariamente atendem casos de emergência no Getúlio Vargas.
"Depois do processo de pacificação, ocorreu uma redução nas estatística de entrada de acidentes na emergência vítimas de armas de fogo. Antes, tínhamos um percentual bem mais elevado. Hoje, os pacientes traumatizados são, na maioria, vítimas de trânsito ou quedas de laje. A relação com a pacificação é direta e óbvia. A diferença que fez pra cidade foi crucial e influiu no psiquismo da nossa equipe. É uma satisfação ver esse tipo de resultado"ressaltou o diretor da unidade, Carlos Henrique Ribeiro.
Segundo o diretor, o hospital ainda atende vítimas de PAF, mas os ferimentos encontrados hoje são menos complexos, pois as armas são de menor potencial destrutivo, tornando mais viável atender e salvar a vida dos pacientes.
"Acredito que a mudança trouxe, ainda, tranquilidade para o ambiente do hospital e benefícios aos pacientes internados ou sob atendimento, já que não ouvimos mais diariamente sons de armamentos de guerra. É muito satisfatório ver esse resultado", acrescentou Ribeiro.
Complexo do Alemão ganha mais um Espaço de Desenvolvimento Infantil
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