Minas Gerais, ao não aplicar indiscriminadamente o Decreto da “Ficha Limpa, transformou-se em “Parsagada”, de Manoel Bandeira, onde o amigo do Rei tudo pode. Após a edição pelo governador, Antonio Anastasia, do decreto, o governo mineiro fez um enorme estardalhaço em toda mídia nacional.
Informando que Minas Gerais saía na frente na austeridade e implantação de uma administração rígida, que não admitia em seus quadros a presença de dirigentes condenados ou envolvidos em “roubalheiras” do dinheiro publico.
Porém a propagada austeridade mostrou ser apenas uma peça de uma campanha publicitária. Durou muito pouco. Não foi capaz de impor-se ao amigo do Rei. Demonstrando que jamais foi interesse do governo contrariar seus aliados políticos.
Minas Gerais com este comportamento inaugurou uma prática até então restrita apenas ao Estado do Rio de Janeiro, onde criminosos e contraventores ocupam espaço no governo estadual em troca da cooperação de seus grupos criminosos. A alegação é: “para eles não atrapalharem o governo”.
Danilo de Castro, processado em mais de uma dezena de ações e condenado pelo Tribunal de Contas da União, encontra-se inelegível e impedido de disputar eleição.
Porém pode tranquilamente exercer o cargo de Secretário de Governo do Estado de Minas Gerais.
Foi convocada uma reunião há dois dias com a presença de Anastasia e seu vice para informar a Danilo sua saída do governo. O “Ficha Suja”, percebendo a ausência de defesa do vice-governador Alberto Pinto Coelho, disse-lhe: “Você não tem moral para pedir minha saída”, enumerando o envolvimento de Pinto Coelho em diversos escândalos.
Na presença de seu filho e totalmente descontrolado, Danilo ameaçou abrir a boca.
“Seria importante para Minas tomar conhecimento do que Danilo de Castro ameaçou revelar. Porém o governador optou por não correr o risco”. Informa um de seus assessores. “Encerando a conversa mandando entrar o Deputado Estadual João Leite, para discutir a sucessão de 2012 em Belo Horizonte”.
Outrora, Minas não imaginaria nem em sonho, que presenciaria a Polícia Federal adentrar um de seus Poderes para colher provas de corrupção de um de seus integrantes. Conduzindo-o coercitivamente a Brasília como um criminoso.
Para infelicidade e tristeza do povo mineiro, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais esta situação já virou praxe. A presença da Polícia Federal nos gabinetes dos deputados procurando provas de crimes e prendendo criminosos já não mais assusta.
Porém, o único Poder que faltava, o Governo de Minas, está prestes a passar por este constrangimento. A denuncia de um advogado, a qual Novojornal teve acesso, já se encontra em analise pela Policia Federal, envolve Danilo de Castro em um gigantesco esquema de compra de sentenças de juízes e Desembargadores além de pareceres de promotores junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Tudo financiado pela empresa Samarco.
Alguns políticos remanescentes da velha escola da política mineira, onde a honestidade independente de Decreto, era quesito básico para ocupar-se um cargo no governo mineiro, argumentam: “Ainda bem que a sede do Governo de Minas mudou-se do Palácio da Liberdade”. Mal sabem eles que a reunião anteriormente narrada ocorreu no Palácio da Liberdade, que sempre teve ouvidos.
“Novos tempos”, argumentam os jovens políticos. Fundamentados no sucesso de suas carreiras montadas em cima do Marketing e com muito dinheiro. Resta saber se a sociedade Mineira também mudou para estes “novos tempos”, ou está sendo obrigada a presenciar de cabeça baixa a passagem do Rei nu.
Resta esperar para ver quando e se alguém dirá:
O Rei está nu.
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