Irmã do senador Aécio e influente no governo dele em Minas (2003-2010), Andréa Neves é citada em declaração de caixa dois de estatal, registrada em cartório; dinheiro serviria aos candidatos a prefeito do interior nas eleições de 2002.
25 de Julho de 2011 às 17:39
Periciada pela Polícia Federal e reconhecida como autêntica, a “Declaração para Fins de Prova Judicial ou Extrajudicial” assinada pelo ex-presidente de Furnas Dimas Fabiano Toledo e registrada no 23º Ofício de Notas do Rio de Janeiro, em novembro de 2008, contém anexos com listas de nomes de políticos que receberam, segundo o declarante, verbas do caixa dois da estatal. Ele foi de extrema organização, não apenas na feitura das listas, mas, especialmente, na obtenção do dinheiro e no repasse aos políticos. Tanto que, pelo que informa no documento, havia até mesmo planilhas de desembolso feitas pelas campanhas eleitorais para justificar os gastos do dinheiro do caixa dois. A finalidade do repasse do dinheiro extraído ilegalmente da estatal era o financiamento de campanhas eleitorais no pleito de 2002.
Em relação a Minas Gerais, num papel timbrado de Furnas (documento original republicado acima), o então presidente Toledo registrou o seguinte:
Em seguida, um destaque e mais nomes:
“Valores repassados para o candidato a deputado federal sr. Danilo de Castro, distribuídos aos candidatos ao senado, conforme planilha de desembolso apresentada pelos seus coordenadores de campanhas-MG:
Eduardo Azeredo: R$ 550.000,00 (repasse coordenador); Hélio Costa: R$ 400.000,00 (repasse coordenador); Zezé Perrella: R$ 350.000,00 (repasse coordenador).”
Logo abaixo, a declaração prossegue:
“Outros valores repassados para o candidato a deputado federal sr. Danilo de Castro, destinado aos candidatos eleitos a deputados estaduais, federais e suas coligações. Valor: R$ 3.800.000,00. Marcio Rodrigues: R$ 40.000,00; Rafael Guerra: R$ 40.000,00; Eduardo Barbosa: R$ 35.000,00”.
Há, ainda, um último ponto sobre os repasses que Dimas fez questão de registrar em cartório – e este ponto faz menção direta a Andréa Neves, irmã do atual senador Aécio e integrante, no governo dele, do Grupo Técnico de Comunicação de Minas Gerais, onde se decidia a destinação das verbas publicitárias do governo estadual. A citação feita por Toledo em sua Declaração é a seguinte:
“Valor avulso repassado para Andréa Neves, irmã de Aécio Neves, para os comitês e prefeitos do interior do Estado-MG. Valor: R$ 695.000,00”.
No papel timbrado de Furnas, as informações entre aspas acima eram encimadas pela palavra “confidencial”.
Nos links, leia as notícias de 247, publicadas na sexta-feira 22 e na segunda-feira 25, a respeito do declarado em cartório caixa dois de Furnas:
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