A Polícia Federal deflagrou ontem uma megaoperação em Juiz de Fora e Cataguases para apurar crime de corrupção envolvendo policiais civis, empresários e até um secretário municipal de Cataguases. Há suspeita de que eles estariam envolvidos em furto e desmanche de veículos, extorsão, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. A operação, batizada de Painel, envolveu cerca de cem agentes federais destacados para o cumprimento de 20 mandados de busca e apreensão e condução coercitiva expedidos pelo juiz da Vara Criminal e de Execuções Penais de Cataguases, João Paulo Júnior. Foram conduzidos para a sede da Polícia Federal em Juiz de Fora cinco policiais civis, uma advogada e o secretário, além de supostas vítimas do esquema. Em Juiz de Fora, o alvo foi um investigador da Polícia Civil e outro suspeito de envolvimento nos possíveis golpes. Todos foram ouvidos e liberados. Os agentes federais teriam apreendido farta documentação, computadores e mais de R$ 40 mil em dinheiro, metade encontrada dentro da roupa de um delegado da Polícia Civil.
A ação, iniciada no final da madrugada, em Cataguases, parou a cidade de cerca de 70 mil habitantes. Por volta das 6h, o presidente da OAB/6ª Subseção, Márcio Facchini Garcia, foi contactado pela Polícia Federal para acompanhar o cumprimento de diligências no escritório de uma advogada da cidade. Ele e o vice-presidente da OAB, Ricardo de Oliveira, assistiram a ação que resultou na apreensão de documentos e na condução da profissional para Juiz de Fora. Para acompanhá-la em seu depoimento, Facchini destacou o advogado Leonardo Moreto. "A OAB vai esperar a conclusão do processo para decidir se haverá alguma sindicância para apurar a conduta da profissional. A princípio, não há nada que a desabone", afirmou Facchini.
Apesar de divulgar nota oficial à imprensa, o chefe da Delegacia de Polícia Federal em Juiz de Fora, Cláudio Dornelas, preferiu não dar detalhes sobre o caso, segundo ele, para não prejudicar o andamento das investigações. Adiantou, porém, que a apuração dos supostos crimes praticados por servidores públicos e particulares vem sendo realizada há vários meses. A ação de ontem deu mais um passo no sentido de reunir provas e informações. A operação contou com a parceria do Ministério Público Estadual e da Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais. O subcorregedor Alexandre Campbell veio de Belo Horizonte para acompanhar os depoimentos e disse que só irá se pronunciar após a conclusão das investigações.
Ontem, no final da tarde, houve uma reunião para avaliar o sucesso da operação e discutir o andamento do caso.
* colaboraram Sandra Zanella e Marcos Araújo
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