Para definir Itamar Franco, postamos abaixo uma transcrição do que foi o nascimento político de Itamar Franco, a trajetória de um prefeito de cidade do interior ao cenário nacional.
"Em 1974, Itamar Franco, era prefeito de Juiz de Fora, eleito pelo MDB em pleno governo militar.
Juiz de Fora, importante cidade mineira, polo industrial e comercial, centro universitário importante. Minas Gerais era um pilares da "revolução", bastião golpista de 64.
Eleições para o Congresso Nacional próximas, para governador e presidente, nem pensar. A única "oposição consentida" era no Parlamento. Oposição inofensiva, domada, as vozes incapazes de ressoar a longa distância, pelos freios da censura imposta à Imprensa e pelo temor dos Atos Institucionais.
O MDB, partido da Oposição democrática, encontrava grandes dificuldades para arrumar interessados em participar das chapas de candidatos, especialmente para o Senado.
Em Minas, no jogo matreiro da Política em que os montanheses são mestres, Tancredo Neves mandava no MDB. E não gostava de Itamar Franco, sempre voluntarioso, turrão, não tinha nariz furado, dizia logo o que lhe passava na cachola, não obedecia a Tancredo e aos outros caciques da tradicional política mineira.
Tancredo lança então o nome de Itamar para o Senado Federal. Itamar não gosta, julga que esta "homenagem" é uma armadilha. Isto porque não acredita, como muitos não acreditavam, na possibilidade de candidaturas vitoriosas da Oposição naquele 15 de novembro de 1974.
Avalia que uma candidatura derrotada ao Senado, enterraria sua carreira política. Até porque teria que renunciar ao mandato de prefeito para concorrer a este novo cargo. Rebate o suposto golpe: Tancredo é que deveria candidatar-se ao Senado, em vez de buscar a reeleição relativamente tranquila à Câmara dos Deputados.
Mas seus amigos, Hargreaves a frente, enxergam o assunto por outro prisma. Acham que o momento da "virada" estava chegando. A classe média, antes fiel beneficiária do "milagre brasileiro", estava começando a acordar para a realidade da inflação, da carestia, a desindustrialização, do desemprego, a corrupção e a falta de liberdades políticas.
Juiz de Fora, importante cidade mineira, polo industrial e comercial, centro universitário importante. Minas Gerais era um pilares da "revolução", bastião golpista de 64.
Eleições para o Congresso Nacional próximas, para governador e presidente, nem pensar. A única "oposição consentida" era no Parlamento. Oposição inofensiva, domada, as vozes incapazes de ressoar a longa distância, pelos freios da censura imposta à Imprensa e pelo temor dos Atos Institucionais.
O MDB, partido da Oposição democrática, encontrava grandes dificuldades para arrumar interessados em participar das chapas de candidatos, especialmente para o Senado.
Em Minas, no jogo matreiro da Política em que os montanheses são mestres, Tancredo Neves mandava no MDB. E não gostava de Itamar Franco, sempre voluntarioso, turrão, não tinha nariz furado, dizia logo o que lhe passava na cachola, não obedecia a Tancredo e aos outros caciques da tradicional política mineira.
Tancredo lança então o nome de Itamar para o Senado Federal. Itamar não gosta, julga que esta "homenagem" é uma armadilha. Isto porque não acredita, como muitos não acreditavam, na possibilidade de candidaturas vitoriosas da Oposição naquele 15 de novembro de 1974.
Avalia que uma candidatura derrotada ao Senado, enterraria sua carreira política. Até porque teria que renunciar ao mandato de prefeito para concorrer a este novo cargo. Rebate o suposto golpe: Tancredo é que deveria candidatar-se ao Senado, em vez de buscar a reeleição relativamente tranquila à Câmara dos Deputados.
Mas seus amigos, Hargreaves a frente, enxergam o assunto por outro prisma. Acham que o momento da "virada" estava chegando. A classe média, antes fiel beneficiária do "milagre brasileiro", estava começando a acordar para a realidade da inflação, da carestia, a desindustrialização, do desemprego, a corrupção e a falta de liberdades políticas.
Foto de formatura
Os amigos e companheiros acham que a oportunidade deve ser aproveitada.
Itamar negaceia, não quer sair da prefeitura. No último dia do prazo para a renúncia do cargo, o auditório da Prefeitura fica lotado, uma assembleia é convocada, as discussões avançam, o gabinete do prefeito fica praticamente sitiado.
O tempo passa, as horas correm, a noite avança, a madrugada chega e passa, o sol da manhã começa a raiar.
Até que Itamar vencido, mas não convencido, aceita, "está bem", "eu renuncio"! Tenta ainda argumentar, "mas o prazo era ontem". Hargreaves ri, e traz o relógio de protocolo da prefeitura para carimbar o ofício de renúncia.
Itamar negaceia, não quer sair da prefeitura. No último dia do prazo para a renúncia do cargo, o auditório da Prefeitura fica lotado, uma assembleia é convocada, as discussões avançam, o gabinete do prefeito fica praticamente sitiado.
O tempo passa, as horas correm, a noite avança, a madrugada chega e passa, o sol da manhã começa a raiar.
Até que Itamar vencido, mas não convencido, aceita, "está bem", "eu renuncio"! Tenta ainda argumentar, "mas o prazo era ontem". Hargreaves ri, e traz o relógio de protocolo da prefeitura para carimbar o ofício de renúncia.
Conhecendo a personalidade do amigo, ele havia mandado desligar o "dito cujo" desde o dia anterior, por precaução. Ligaram o aparelho e o carimbo mecânico imprimiu no documento data e hora legalmente válidos para os fins eleitorais, do dia anterior...
Itamar Franco, candidato do MDB ao Senado, aguardando José Augusto, candidato da Arena, para o debate na TV Itacolomi, 1974
O resto, vocês sabem, o MDB venceu as eleições em 16 dos 22 Estados da Federação, inclusive em Minas Gerais, catapultando Itamar Franco ao cenário nacional.
E deixando muito mineiro esperto com "cara de tacho".
O poema que Itamar mais gostava e o citou poucos dias antes de deixar a presidência da República: O Tejo - Alberto Caieiro.
OH MINAS GERAIS
Hino de Juiz de Fora
Hoje, segunda-feira, dia 04 de julho de 2011, o blog silencia em homenagem e reverência ao nosso amigo Itamar Augusto Cautieiro Franco.
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