Foi no distante dia 15 de agosto de 1911 que Bruno Toschi, Remos Toschi, Dante Zanetti, Albeto Setta, Sebastião Taucci, Jorge Miguel, Horácio Antunes, Paulo Tirapani e Edmundo Benedicto fundaram o Tupynambás Futebol Clube.
No ano seguinte, 1912, aconteceu a primeira partida oficial. O adversário não poderia ser outro: o Tupi. Nascia o clássico Tu xTu. O jogo terminou empatado, com Sebastião Taucci marcando o primeiro gol da história do clube.
A primeira competição oficial de Juiz de Fora data de 1918, quando o Baeta foi vice-campeão, perdendo a decisão para outro rival histórico: o Sport.
Mas, no ano seguinte, deu Leão na cabeça, assim como em 1920, o que fez do Tupynambás o primeiro bicampeão da competição regional.
Ao todo, o Alvirrubro conquistaria 11 títulos, sendo o último em 1966. Um dos títulos mais marcantes conquistados pelo Leão foi o de 1934.
A velha guarda baeta: 01 - Mauro Horta/ 02 - José Paiz Soares/ 03 - Luiz Brant Horta/ 04 - Victorio Turolla/ 05 - Elias José Feres / 06 - Manoel Gomes Pereira/ 07 - Antônio Esperidião França/ 08 - José Oceano Soares/ 09 - Paulo Schmitz/ 10 – Valdemiro/ 11 - Lessa (Foto: Arquivo Pessoal Oddone Turolla)
A comemoração foi na Confeitaria Fluminense, então situada na Rua Halfeld, onde hoje ficam as Lojas Americanas (foto acima).
O primeiro campo do Baeta ficava na Rua Bernardo Mascarenhas, no Bairro Fábrica, onde hoje fica o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, o antigo Colégio Técnico Universitário (CTU). Posteriormente foi adquirido o terreno no Bairro Poço Rico. Diferentemente de outros clubes da cidade, o Baeta não teve nenhuma ajuda da Prefeitura. Pelo contrário, ainda perdeu parte do terreno às margens do Rio Paraibuna, conforme explica o comerciante Oddone Turolla, ex-dirigente do Tupynambás.
Time de 1958
A construção da casa
Em 1950, após grande esforço de “baetas ilustres”, ficava pronto o Estádio José Paiz Soares, que levou o nome do então presidente do clube e um dos idealizadores do projeto. A mobilização foi relatada pelo jornalista e radialista Mário Helênio durante sua entrevista ao Museu da Imagem e do Som da Funalfa, em 1990. A inauguração do estádio foi marcada pelo duelo entre Tupynambás e Corinthians, vencido pela equipe visitante por 5 a 3.
Futebol em queda
Em 1969, o Tupynambás participou do Campeonato Mineiro pela primeira vez. Para isso, foi obrigado a se desligar da Liga de Desportos de Juiz de Fora. Segundo Turolla, neste ano teve início a queda do futebol baeta, já que os custos para a disputa da competição estadual eram muito altos. Em 1983 e em 2007 o time do Poço Rico disputou a Segunda Divisão do Futebol Mineiro, não conseguindo o acesso. Em 2009, tentou participar novamente, mas questões burocráticas impediram a participação. Entre os principais jogadores que vestiram a camisa do Tupynambás, destacam-se Mascote, Florindo, Hélio Leite, Pavio, Lessa… Entre os dirigentes, José Paiz Soares – o Presidente da Vitória – e Manoel Pereira foram nomes de grande destaque.
Oddone Turolla
O pássaro e o leão
O pseudônimo baeta, que também caracteriza o alvirrubro, segundo Turolla, teria vindo de um pássaro de nossa região: o Tié-baeta, também conhecido como Tié-sangue, pássaro de plumagem vermelha. No livro “A Epopéia dos Vencedores – A Saga do Futebol em Juiz de Fora”, do escritor Halber Alvim Pedrosa, baeta seria uma referência a um tecido vermelho, parecido com a cor da camisa do clube, muito utilizado no início do século passado. Já o dicionário Michaelis dá ao termo baeta a definição de aquilo que é natural de Minas Gerais. Quanto ao mascote do clube, o Leão, a explicação, bem-humorada, está na ponta da língua.
O despertar do Leão
O centenário chegou trazendo bons ventos ao Tupynambás. No último dia 14, o presidente do Baeta, Luiz Carlos Campos, anunciou a volta do clube ao futebol profissional, que passará pelo fortalecimento das categorias infantil, juvenil e júnior, com as quais o Leão vai disputar as competições estaduais das categorias de base. “Na minha opinião, para fazer algum tipo de trabalho, é preciso começar a estruturar lá da base. A gente quer uma continuidade de trabalho. Que o garoto do infantil vá para o juvenil, que o garoto do juvenil vá para o juniores e depois para o profissional (…). Estamos querendo comemorar os 100 anos de forma diferente e nos preparar para os próximos anos”, expôs Campos, durante a entrevista coletiva concedida no dia 14 de janeiro.
A notícia foi bem recebida por quem espera há muito tempo que o Leão do Poço Rico desperte do seu longo sono. “Não será fácil. Hoje em dia o custo operacional é muito grande. Esses campeonatos da Federação Mineira você tem que trazer juiz, bilheteiro… Se não tiver uma receita compatível fica difícil manter. Faço votos que volte. Ta na hora, né! O Tupi taí. O Sport parece que volta agora também (…) O que a gente deseja é que ele volte às lides esportivas e conquiste um título para comemorar de maneira digna o centenário”, comentou Oddone Turolla, com expectativa.
Atualmente, o clube conta com o Estádio José Paiz Soares, com gramado em boas condições, ginásio poliesportivo, arena de futevôlei, cancha de bocha e parque aquático com quatro piscinas.
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