O Super-Tucano é uma variante maior e mais potente de um dos mais bem sucedidos aviões de treinamento do mundo, o EMB-312A Tucano da Embraer. Aeronave robusta, barata, de operação simples, fácil manutenção e muito funcional, está é a melhor forma de definir o EMB-314 Super-Tucano.
O T-29 está tecnologicamente bem acima do T-27; apesar da aparência física, as capacidades do Super-Tucano estão muito além das da versão anterior, tamanho o salto tecnológico visto nesta aeronave. Os primeiros protótipos do Super-Tucano ficaram prontos em março e abril de 1993, mas já voavam desde o final de 1992; permanecendo em testes até agosto de 1993.
As principais modificações comparado ao modelo anterior aconteceram na cabine, que agora é pressurizada permitindo vôos ao teto de até 10.600 m; o painel foi totalmente remodelado, os instrumentos mais modernos e compactos ocupam menor espaço, dois monitores digitais exibem informações básicas e outras essenciais do vôo e sobre o funcionamento da aeronave.
Os assentos ejetáveis do Tucano foram trocados pelos mesmos assentos utilizados no AMX e nos F-5BR, do tipo zero-zero (zero de altitude e zero de velocidade). Os antigos assentos permitiam ejeção em altitude zero, porém somente a velocidade maior que 135 Km/h.
O Super-Tucano também conta com tecnologia antigravidade, composta por cinto de segurança e macacão especiais; quando o avião sai do nível de gravidade normal, o cinto se aperta automaticamente e a roupa infla, como aparelhos de medir pressão sangüínea, evitando que o sangue se concentre em maior quantidade em uma parte do corpo e, principalmente, evitando a falta de irrigação sangüínea na cabeça, para não ocorrer o desmaio temporário do piloto, efeito conhecido como “blackout”. Quando ocorre o contrário, concentração do sangue na cabeça o efeito é conhecido como “redout” e causa a perda temporária da visão e adormecimento de partes do corpo.
O canopy também foi reforçado de 8 mm no Tucano para 21 mm no Super Tucano. O oxigênio, que no Tucano é armazenado em garrafas, no Super Tucano é produzido por um sistema OBOGS (On-board oxygen generating system – Sistema de geração de oxigênio).
A maior mudança foi a troca do motor de 750 shp do Tucano por um de 1.300 shp, aumentando sua potência em quase 75%. Para instalar esse motor a Embraer aumentou em 20 cm o nariz do avião. Com um motor mais pesado à frente, a aeronave perdeu seu centro de gravidade, e para corrigir isto, a Embraer aumentou em 1,36 cm a fuselagem traseira do avião.
O Super Tucano tem outro trunfo, necessita de apenas 1 ½ hora de manutenção por hora de vôo. O avião deve diminuir o espaço entre a instrução de vôo dos alunos iniciantes da FAB e o treinamento de ataque nos treinadores avançados como o A1B. Além de treinamento, o T-29 é capaz de executar missões de ataque e apoio (A-29) em situações de combate real, o que também podia fazer a variante anterior.
O painel frontal do Super Tucano é o mais avançado já instalado em um turboélice, se parecendo mais com o painel de um caça de 4º geração.
A capacidade de pouso em rodovias e/ou operar em pistas não preparadas é uma proteção contra inimigos mais poderosos; contudo sua manobrabilidade excelente dada pelo potente turboélice também é uma forma de defesa passiva contra essas aeronaves ou armas automáticas.
Em 1995 a FAB fez pedido de uma variante melhorada do Super-Tucano capaz de executar combate real para operar no SIVAM, era o ALX (Aeronave Leve Multi-funções).
O painel traseiro do Super Tucano possui todos os recursos para controle de armas e de ataque, além de ser redundante para se pilotar o avião.
O ALX é capaz de executar missões de ataque, reconhecimento, patrulha e interceptação aérea; aperfeiçoado para as condições ambientais da Amazônia Brasileira. O avião é capaz de operar diuturnamente de bases pouco estruturadas e de pistas sem pavimento, com o mínimo de apoio de operadores em solo.
A cabina do avião é equipada com um HUD que cobre um campo de visão de 24º e oferece interface de navegação e ataque, óculos de visão noturna e manche/manete tipo HOTAS; os dois monitores que exibem as informações dos dispositivos da aeronave, também exibem imagens termo-gráficas obtidas pelo FLIR AN/AAQ-22 Safire, instalado sob a fuselagem; para integração de dados utiliza um módulo Databus MIL-STD 1553B e para navegação um sistema GPS, GPWS (Ground Proximity Warning System - sensor de aviso de colisão com o solo) que auxilia em vôos em condições de má visibilidade ou à noite, e um sensor TCAS (Traffic Alerting and Collision Avoidance - Alerta de colisão de tráfico); a maioria dos aviônicos foi desenvolvida pela Elbit System Ltd., de Israel. Para blindar a cabina foi utilizado Kevlar.
Apesar de não possuir radar, o Super Tucano está equipado com um Stormscope da Goodrich Avionics modelo WX-1000E. Trata-se de um sistema de mapeamento meteorológico que acusa a presença, distância, localização e intensidade de tempestades. Esses dados são obtidos através da análise de sinais irradiados pelas descargas elétricas presentes nas formações meteorológicas.
O propulsor do ALX é mais potente que o propulsor do T-29 original, desenvolvendo cerca de 300 shp a mais, e possui 5 pontos duros (dois em cada asa e um sob a fuselagem) para instalação de pylonsMAA-1 Piranha, mísseis antitanque, bombas de queda livre e foguetes.
A FAB fez um pedido de 99 ALX, que estarão sendo entregues até 2012; as variantes monoposto e, parte das variantes biposto, deverão ser utilizadas como aeronaves de interceptação e ataque, codinomeados A-29, a outra parte das variantes biposto, será equipada com dispositivos para missões de reconhecimento e deverá executar missões de reconhecimento e ataque próximo às fronteiras, e serão codinomeados RA-29.
Os ALXs deverão ser utilizados somente em missões sobre a Amazônia, como parte do SIVAM; os Super-Tucanos T-29 estarão baseados em Natal (RN) e os A-29 distribuídos nos esquadrões do 3º Grupo de Aviação, situados em Boa Vista (RR), Porto Velho (RO) e Campo Grande (MS).
Ficha Técnica | |
País de origem e fabricação: | Brasil |
Fabricante: | Embraer |
Tipo: | Monoposto: - Aeronave Leve de Ataque de reconhecimento armado dentro da Tarefa de Interdição. - ataque e cobertura dentro da Tarefa de Apoio Aéreo Aproximado. - interceptação e destruição de aeronaves de baixo desempenho. Biposto: – Controle aéreo avançado na Tarefa de Ligação e Observação. - treinamento. |
Motor: | 01 Pratt & Whitney PT6A-68C com 1.600 shp e hélice pentapá |
Teto Máx. de Serviço: | 10.668 m (35,000 ft) |
Vel. máxima | 320 Kt |
Vel. máx. cruzeiro: | 280 Kt |
Raio de ataque (Hi-Lo-Hi) com 1.500 kg de carga externa: | 550 Km |
Alcance máximo: | 4.820 Km |
Autonomia: | 6 h |
Pesos: | - vazio: 3.020 Kg - c/combustível: 3.850 Kg - máx. decolagem: 5.300 kg |
Dimensões | - envergadura:11,14 m - comprimento:11,33 m - altura: 3,97 m |
Armamento: | - 2 metralhadoras .50” M3P (12,7 mm) da FN Herstal. - 04 pontos duros sob as asas e 01 sob a fuselagem - 1.500 Kg de armamento: - mísseis ar-ar MAA-1 Piranha - bombas de emprego geral - bombas lança-granadas - bombas incendiárias - bombas de exercício - lança-foguetes 70 mm |
Equipamentos: | - rádios digitais V/UHF Rohde & Schwartz M3AR (Série 6000) com proteção eletrônica das comunicações, como salto, criptografia e compressão de freqüências. - data-link que permitirá transferência de dados entre as aeronaves A-29 os R-99 de alarme aéreo antecipado e estações de terra. - cabine blindada com Kevlar. - CMFD (Colored Multi-Function Displays) telas de cristal líquido multifuncionais coloridas. - piloto automático com planejamento de missão.- NVG (Night Vision Goggles) ANVIS-9 da ITT - FLIR (Forward Looking Infrared) AN/AAQ-22 Star Safire II. - Stormscope Goodrich WX-1000E (sistema de mapeamento metereológico) - OBOGS (On-board Oxygen Generating System) Sistema de geração de oxigênio. - GPS (Ground Position System). - GPWS (Ground Proximity Warning System) sensor de aviso de colisão com o solo. - WCS (Weapons Control System). - TCAS (Traffic Alerting and Collision Avoidance) sistema de alerta de colisão de tráfico. - Assento ejetável 0x0 Martin-Baker MK-10LCX. |
Tripulação: | 1 (monoposto) ou 2 (biposto) |
Operadores: | Brasil e Colombia |
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