VISUALIZAÇÕES

terça-feira, 15 de março de 2011

Dunga se diz “desempregado” e vive recluso com família e amigos


Foi em sua casa, uma mansão horizontal, numa rua calma da zona sul de Porto Alegre, que Dunga se refugiou após a eliminação do Brasil na Copa do Mundo 2010. A decepção com a queda nas quartas de final e a mágoa pela forma como foi demitido pelo presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, tiveram como cura a convivência familiar e o consequente isolamento público.
As saídas para jantar sushi, o prato predileto de seu esposa Evanir, as idas ao Beira-Rio, casa do time do coração e local de trabalho de antigos colegas feitos na época de Inter, e as visitas a amigos, por exemplo, foram trocadas pelo descanso, e principalmente, pelas brincadeiras com o filho Matheus, 3 anos, o caçula dos Verri – Dunga e Evanir ainda têm Lucas e Gabriela como herdeiros. Ou seja: dá para dizer que, desde o apito final de Yuichi Nishimura, em Holanda 2 x 1 Brasil, dia 2 de julho, em Porto Elizabeth, na África do Sul, Dunga deixou de ser Dunga e passou a viver como Carlos Caetano Bledorn Verri, o seu nome de batismo em Ijuí, no norte do Rio Grande do Sul. Afinal, o refúgio só foi interrompido para viagens à cidade de 80 mil habitantes para visitar os pais Maria e Edelar, que luta contra o Mal de Alzheimer há 9 anos, e a Garopaba, no litoral catarinense, onde tem uma casa. Outro destino nos últimos 8 meses foi a Europa, onde ele pretende um dia trabalhar, como técnico. 

Até voltar a ter uma vida social mais agitada, a partir do início de 2011, Dunga passava boa parte do tempo com atividades domésticas. Cortar a grama da casa, ir ao supermercado e abastecer o próprio carro revelam hábitos de um sujeito simples, que beira até o pacato. Um perfil diferente do que superestima o imaginário popular acostumado com o capitão raçudo e treinador rabugento da seleção.
Para reconstruir a trajetória de Dunga desde aquela partida, no dia 2 de julho, em Porto Elizabeth, o iG conversou com amigos, conhecidos, vizinhos, funcionários e com o próprio Dunga. “Hoje, estou desempregado”, disse o técnico, em uma rápida entrevista no Aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro.Abordado pelo iG, o ex-técnico da seleção em momento algum se recusou a dar a conversar, mas manteve olhar fixo em seu aparelho celular, respondendo as perguntas cabisbaixo e sem entusiasmo. Ou seja, a contragosto. “Não. Não tenho visto nada, estou por fora”, afirmou ao ser perguntado sobre os últimos jogos do Brasil, agora sob o comando de Mano Menezes.O desinteresse ainda remete à queda e ao final do seu ciclo na seleção. A volta para casa, dois dias após a derrota para a Holanda não sai da cabeça do técnico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário