Exército: tratores e caminhões com recursos do PAC - Foto: / Hans Von Manteuffel
Há uma parte expressiva das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que corre sob rígida disciplina e hierarquia, inclusive com ordem unida e até farda: as construções feitas pelo Exército Brasileiro. E seu volume não é nada desprezível.
Graças a convênios com o governo federal, os militares receberam R$ 1,2 bilhão nos últimos três anos para executar duplicações de estradas, construção de aeroportos, preparar novos gasodutos e iniciar a transposição do Rio São Francisco.
E estes contratos não param. No momento, nove mil homens trabalham em obras que vão gerar mais R$ 410 milhões à caserna em 2011.
A atuação do Exército - que, segundo especialistas, ficou responsável por obras que poderiam ser licitadas - sofre críticas dos empresários da construção civil. Além de atacar a concorrência desleal, eles afirmam que a participação expressiva dos militares inibe o investimento e impede a geração de empregos.
Desde 2008, a atuação do Exército como empreiteira cresceu muito, na esteira do PAC, com receitas anuais na faixa de 400 milhões. Este volume é o equivalente ao faturamento de empresas tradicionais do setor de construção, como a Serveng-Civilsan e a Tenda, como se fosse a 15ª maior construtora do país.
No auge das obras, 12 mil soldados atuaram na construção civil para o governo.
Antes do governo Lula, o valor era muito menor: em 2002, o Exército recebeu R$ 35 milhões para fazer construções para outros órgãos governamentais.
Entre as principais obras realizadas por trabalhadores fardados estão diversos lotes de duplicação da BR-101 no Nordeste, a pavimentação das BR-163 (Pará) e BR-319 (Amazonas), a construção do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN) e de diversos trechos de canais e barragens necessárias para a transposição do Rio São Francisco.
FONTE: Henrique Gomes Batista, O Globo
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