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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Já chega a quase 30 mil o número de pessoas que tiveram que deixar as casas por conta das chuvas em Minas Gerais. Na região da Zona da Mata, o índice também não para de crescer. Nesta quarta-feira (11) outras, pelo menos, cem pessoas precisaram sair das residências no Bairro Sítio Branco, em Além Paraíba, por conta do risco de deslizamentos de encostas. A localidade estava sem acesso até a manhã de ontem, e a retirada de alguns moradores era realizada pelos Bombeiros com helicóptero da Polícia Militar de Juiz de Fora.
Entretanto, segundo o vice-prefeito e secretário de obras do município, Oberdan Moreira Rocha, máquinas trabalharam no local e conseguiram abrir a passagem. Bombeiros e Defesa Civil avaliaram o local e identificaram risco de deslizamentos. "Muitos estão se negando a deixar os imóveis, mas se preciso, os bombeiros vão contar com apoio da força policial. O que não podemos permitir é que moradores permaneçam em local de risco", destacou o vice-prefeito.
A falta de água é outro problema ainda enfrentado pelos moradores. Os técnicos da Copasa trabalham no restabelecimento da adutora rompida, mas a previsão é de pelo menos mais dois dias sem água. "A população está muito nervosa com a situação, pois todos querem limpar as casas, mas infelizmente temos que esperar a Copasa, dentro da nossa possibilidade estamos fornecendo água em caminhão-pipa e distribuindo água potável, mas a situação ainda é crítica e temos tido que priorizar hospitais, postos de saúde e hotéis", explicou Rocha.
Ontem o governador de Minas Antonio Anastasia (PSDB) esteve na cidade. "Só mesmo estando aqui para ver in loco o que aconteceu. Temos de fazer agora um trabalho imediato de reconstrução e de volta à normalidade". Entre as medidas emergenciais para o retorno imediato à normalidade na cidade está o envio de mais caminhões-pipas para agilizar o abastecimento de água. Equipes do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG) vão trabalhar na retirada de entulho para melhorar o acesso aos bairros atingidos. Outra determinação é o início de estudo para construção de novo prédio para abrigar o Hospital São Salvador, localizado em área afetada pela chuva.
O Exército montou um centro de operações para ajudar a reconstruir o município após forte chuva. Uma equipe deve permanecer no local por cerca de 15 dias. Três pessoas morreram no município, uma ainda está desaparecida, mais de duas mil pessoas estão desalojadas e 20 desabrigadas.
Divisa MG/RJ
No distrito de Jamapará, vizinho de Além Paraíba, mas pertencente à Sapucaia (RJ), os bombeiros localizaram na tarde de ontem o Fusca soterrado com os corpos de cinco pessoas da mesma família, que tentava se proteger da chuva. Segundo o G1, o coordenador da Defesa Civil de Sapucaia, Marco Antônio Teixeira, explicou que os técnicos encontraram a lataria do veículo, e que iniciaram um trabalho minucioso para localizar possíveis vítimas. Há três dias, bombeiros e técnicos da Defesa Civil buscam em meio aos escombros pessoas desaparecidas, após a avalanche de terra e pedras que soterrou cerca de dez moradias. Ao todo, 13 pessoas já morreram na tragédia. Ontem o o vice-governador Luiz Fernando Pezão fez uma visita à Jamapará e prometeu que em no máximo dois anos todo o estado do Rio será mapeado para a identificação das áreas de risco. Ontem também os moradores puderam entrar nas casas e retirar objetos e móveis.
 Alagamentos em São João Del Rei
Em São João del Rei, o Rio das Mortes e o Córrego do Lenheiro transbordaram e deixaram cerca de 300 famílias desalojadas, segundo a Defesa Civil municipal. Ainda de acordo com o órgão, três casas desabaram e uma corre risco de desabar. O bairro Colônia Giarola ficou totalmente alagado, e mais quatro bairros parcialmente inundados. Santa Cruz de Minas e Tiradentes também tiveram ruas alagadas. O acesso a Tiradentes pela MG-265 foi interditado e a Maria Fumaça que faz trajeto entre Tiradentes e São João Del Rei não está funcionando por causa da chuva. A rodovia entre São João e Ritápolis, a MG-494, está bloqueada. Além delas, a MGT-383, próximo ao município de Prados, também teve o tráfego impedido por causa da inundação, segundo o Corpo de Bombeiros.
Apesar de o tempo ter melhorado ontem em boa parte do estado, ainda há previsão de chuva. De acordo com o Instituto de Meteorologia da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a frente fria enfraquece em todo o estado. Mas, no domingo deve retornar a Minas e volta a chover forte.
O número de municípios que declararam situação de emergência no estado subiu para 127. Até terça-feira eram 116. O número de desalojados e desabrigados quase dobrou em relação ao balanço anterior. Já os feridos são cerca de três vezes mais. Quinze pessoas morreram e três ainda estão desaparecidas. As novas cidades que entraram para a lista ontem são: Porto Firme e Senador Cortes, na Zona da Mata; Pescador e Goiabeiras, no Vale do Rio Doce, Barão de Cocais, Santo Hipólito, Santa Cruz de Minas e Nazareno, na Região Central; Capitólio, Ibituruna e Ribeirão Vermelho, na Região Sul. No total, 182 cidades no estado já foram afetadas pelas chuvas, atingindo mais de 2,8 milhões de pessoas.
 R$ 75 milhões para MG, RJ e SP
Ontem o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, anunciou a liberação de R$ 75 milhões para os estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro enfrentarem os problemas decorrentes das fortes chuvas que atingem os estados desde o início do mês. Minas Gerais ficará com o maior montante: R$ 30 milhões; o Rio de Janeiro receberá R$ 25 milhões e o Espírito Santo, R$ 20 milhões.
Durante a reunião com a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e com os ministros Alexandre Padilha (Saúde), Paulo Sérgio Passos (Transportes), Tereza Campello (Desenvolvimento Social) e Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), além de técnicos e órgãos ligados às pastas, Bezerra explicou que a verba será disponibilizada via cartão de pagamento da Defesa Civil aos municípios mais atingidos pelas enchentes. A verba, disse ele, servirá para arcar com "despesas referentes a mantimentos, abrigamento, pagamento de aluguel social, combustível, enfim, todas as despesas necessárias ao restabelecimento da situação anterior ao quadro do desastre".
Também ontem, 15 toneladas de donativos e materiais de ajuda humanitária arrecadadas pelo Movimento Minas Solidária foram encaminhados para famílias atingidas pelas chuvas no Estado. O primeiro comboio do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais saiu às 9h30, da Academia de Bombeiros, em Belo Horizonte, levando alimentos, leite em pó, roupas, calçados, material de higiene e limpeza e fraldas descartáveis para os municípios de Jeceaba, Juatuba, Ponte Nova e São João del Rei.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que a força nacional do SUS continua de prontidão nos municípios atingidos pela chuva. e que os serviços de saúde estão funcionando. Além disso, Padilha garantiu que os estoques de vacina estão regularizados nos municípios atingidos pelas chuvas em Minas Gerais e que os abrigos têm condições sanitárias adequadas para receber os desabrigados.

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