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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Artesãs fluminenses conquistam ponto de venda privilegiado



Uma paisagem conhecida no mundo inteiro emoldura o primeiro ponto de venda de 72 grupos produtivos fluminenses, que reúnem mais de 300 artesãos. O quiosque na praia de Copacabana, inaugurado em novembro, completou dois meses de funcionamento e já faturou mais de R$ 40 mil. O valor representa um aumento de, em média, R$ 300 na renda de cada artesão. O espaço reúne integrantes do projeto Rio Ecosol, realizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Solidário (Sedes), em parceria com o Sebrae no Rio de Janeiro e o Banco do Brasil. 

Imagens da Baía de Guanabara, Pão de Açúcar, do Cristo Redentor e das ondas do calçadão de Copacabana são alguns dos ícones da cidade e estão presentes nas bolsas, vestidos, objetos de decoração e bijuterias vendidos no quiosque. Os produtos são feitos de matérias-primas como bagaço de cana, jornal, Tetra Pak e tecido. A ideia é estabelecer como marcas do grupo os símbolos do Rio de Janeiro e a sustentabilidade

O interesse dos turistas brasileiros e estrangeiros pelas mercadorias confirma essa percepção. “Adorei as bolsas de praia com desenhos estilizados da cidade. Estava mesmo procurando uma coisa diferente. Vou levar uma para casa”, diz Tatiana Ribeiro, administradora de empresas de Manaus (AM). Os quadros que reproduzem as paisagens cariocas chamaram a atenção de duas turistas argentinas. “As cores são muito vivas e alegres”, avaliam Micaela Desavado e Marinela Simonutti. 

Na hora de vender, nem a língua estrangeira atrapalha. Inês Alves de Souza, que faz bolsas, nécessaires, buquê de tulipas e capas para netbook, diz que sorrir é tudo. “A simpatia é o melhor jeito de conquistar o cliente. Neste último mês, lucrei cerca de R$ 800, mais que o dobro do que eu ganhava”, diz a integrante do polo do Santa Marta, zona sul carioca. Complexo do Alemão, Manguinhos e Cidade de Deus são outras comunidades pacificadas que integram o projeto. 

O Sebrae no Rio de Janeiro disponibiliza cursos aos artesãos, como pinturas em tecido, bordado, patchwork e ensinamentos práticos para o dia a dia do negócio, como formação de preço e atendimento ao cliente. “As capacitações ajudam a direcionar o trabalho para atender às expectativas dos clientes, que valorizam a imagem do Rio de Janeiro e a sustentabilidade. Esses profissionais têm muito talento, mas ainda estão aprendendo a adequar seus produtos ao mercado”, explica a consultora do Sebrae no estado, Geisa Lobosco. 

Terminado o verão, começa mais um desafio. A Associação de Artesãs do Quiosque 17 aprovou o ingresso no comércio on line, por meio da loja Sustentabilidade, do Banco do Brasil. A iniciativa abre a possibilidade de vender para todo o país e também para o exterior. “Vamos estreitar ainda mais nossa parceria com o Sebrae para que os grupos possam enfrentar essa nova etapa prontos para atender ao aumento da demanda. A loja on line é mais um ponto de venda privilegiado”, avalia a coordenadora do projeto Rio Ecosol, Ana Asti. 

Vitrine 

“É uma oportunidade que nem dá para descrever. Na minha visão, daqui em diante nossos negócios vão melhorar muito”, confirma a artesã Sônia Mara Adell, que faz bolsas em lona, no Complexo do Alemão, na Zona Norte. Aos 74 anos, falante e bem-humorada, Iraci Martins de Macedo, reforça o otimismo. “A praia é uma vitrine para o mundo. Vendi 12 vestidos, tudo que eu trouxe. Fui artesã a vida inteira e sou costureira formada. Trabalho de noite para vender de dia. Estou muito feliz.” 



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