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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

'Não tenho mais medo de criar meu filho aqui', diz moradora do Alemão



Nascida e criada no Conjunto de Favelas do Alemão, no Rio, uma moradora de 28 anos viu seu irmão se envolver com tráfico de drogas na comunidade. Há um ano, no entanto, desde que a Força de Pacificação recuperou o território do domínio de criminosos, ela voltou a ter paixão pelo lugar.

“Mudou tudo por aqui, estou muito feliz. Meu irmão foi criado aqui e ficou do lado do tráfico. Agora ele está na Região dos Lagos e largou essa vida. Com a pacificação eu não tenho mais medo de criar meu filho aqui”, contou a moradora, que se identificou apenas como Vanessa. Ela cuida de um restaurante em uma das vielas da Estrada do Itararé.
Saneamento básico

Após um ano de pacificação, os moradores conseguem transitar por ruas asfaltadas, antes cobertas de lama e lixo. Muitos reclamam que as melhorias ainda não chegaram às partes mais altas das comunidades.


“Precisamos de mais ainda do que já foi feito, como saneamento básico, por exemplo. Na entrada da comunidade eu consigo circular com carrinhos de bebê, mas lá em cima não tem jeito disso acontecer”, contou Rachel dos Santos, mãe dos gêmeos Miguel e Jorge, de 9 meses.
Para a moradora Adriana Vieira, de 37 anos, a pacificação também trouxe benefícios.

“Ficou tudo muito melhor. O Exército precisava estar aqui. Meus filhos estudam, consegui matrícula para eles. Quando chove podemos andar normalmente, sem lama. Não tem mais a presença dos bandidos armados. Isso é muito bom”, contou Adriana, que cuida dos dois filhos e todos os dias percorre as ladeiras da comunidade da Grota.

 A Secretaria estadual de Saúde informou, nesta segunda-feira, que os casos de pacientes vítimas de perfuração por arma de fogo caíram após a entrada da Força de Pacificação. No último mês de outubro, o Hospital estadual Getúlio Vargas recebeu 21 feridos por arma de fogo e apenas um chegou já em óbito. No mesmo período de 2010, foram 54 vítimas e oito delas já deram entrada na unidade em óbito.

Pacificação

Conjunto de Favelas do Alemão foi ocupado em novembro do ano passado, numa megaoperação que devolveu à população uma imensa área antes dominada pelo tráfico e pela violência. A entrada das equipes na comunidade - , entre policiais militares, civis e federais, além de homens das Forças Armadas - foi marcada por uma grande troca de tiros.

Em 12 dias de ocupação, policiais militares e civis prenderam 133 pessoas e apreenderam 440 veículos, segundo balanço da Secretaria de Segurança Pública do Rio.
As estatísticas apontam ainda que 36,6 toneladas de drogas foram apreendidas nas favelas. Os policiais também recolheram 548 armas e 59 explosivos. Os números foram contabilizados de 28 de novembro a 9 de dezembro de 2010.

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