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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Amaral Neto, o Repórter (Rede Globo, 1968)


O programa "Amaral Neto, o Repórter" estreou na TV Tupi em 1968 e, em dezembro do mesmo ano, passou a ser exibido pela Rede Globo, aos domingos, às 22h30m.
A proposta do criador e apresentador do programa, o jornalista Amaral Neto, era explorar territórios, paisagens, costumes e tradições brasileiras desconhecidos pelo grande público.
Fidélis dos Santos Amaral Neto começou a carreira de jornalista em 1947, no Correio da Noite. Passou pelas principais redações do Brasil e, no início da década de 1950, ajudou Carlos Lacerda a fundar o jornal Tribuna da Imprensa. Nessa mesma época, foi um dos primeiros a escrever textos para a televisão, ao lado de Origines Lessa. Depois de um período afastado, para se dedicar à carreira política, voltou à televisão, em 1968, para criar "Amaral Neto, o Repórter".
O programa tinha uma hora de duração e foi exibido, primeiro, aos domingos e, a partir de agosto de 1970, aos sábados, às 22h30m. Era marcado por um forte tom de aventura e pela exaltação ufanista dos temas abordados. Amaral Neto achava que esse espírito desbravador nas reportagens era fundamental para competir com os seriados norte-americanos da época e conquistar o público.
Os assuntos eram os mais variados possíveis – a pesca da baleia no litoral do Rio Grande do Norte, as cataratas de Foz do Iguaçu e as atividades dos pelotões de fronteira na selva amazônica –, de acordo com a proposta de se mostrar os aspectos mais desconhecidos de um tema. Com equipamento sofisticado para a época, alcançava as mais longínquas regiões do país e divulgava as obras do governo durante o regime militar. 
A direção geral do programa era do mexicano Chucho Narvaez, profissional veterano, responsável pela formação da primeira equipe de repórteres cinematográficos da TV Globo, em 1965.
A pauta do programa era discutida com o próprio Amaral Neto. O jornalista Sebastião Carneiro traçava o roteiro, redigia os textos e comandava as filmagens. Amaral Neto fazia a locução. 
A equipe básica do programa era composta por cerca de 20 integrantes, entre técnicos e cinegrafistas. Nessa época, ainda não havia a transmissão via Satélite. A equipe gravava três programas por pauta e mandava, por avião, para o Rio. O próprio Chucho Narvaez montava os programas e passava tudo para o videoteipe. "Amaral Neto, o Repórter" foi pioneiro na utilização do então sofisticado equipamento com som ótico (capaz de gravar imagem e som).
Durante os mais de dez anos em que o programa esteve no ar, a equipe percorreu grande parte do território brasileiro em busca de imagens fortes. Foram visitados parques nacionais e monumentos históricos pelos quatro cantos do país.
Merece destaque o programa dedicado ao fenômeno da pororoca, o encontro da água do mar com a do Rio Iriri, no Pará. Para realizar as filmagens no Macapá, a equipe enfrentou uma viagem de nove horas de barco para conseguir captar as imagens.
O programa se dedicou também a reportagens internacionais, como a que acompanhou a rotina de paraquedistas portugueses em Moçambique e a vida dos leões-marinhos em seu habitat natural, no extremo sul da Argentina. Da série de reportagens no continente africano, destaca-se a visita ao lugarejo de Cafas, suposto local de origem do café, e a entrevista com Hailé Selassié, então imperador da Etiópia. 
"Amaral Neto, o Repórter" deixou de ser exibido em 1983. Todo o acervo do programa foi comprado pela Fundação Nacional Pró-Memória, em 1988. 
Todas as informações deste texto e as imagens que o ilustram foram pesquisadas em sites da Internet e no Projeto Memória Globo.  

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