Após dois meses de investigação, a Polícia Civil estourou, na manhã desta segunda-feira (5), dois escritórios de agiotagem no Centro da cidade. Um dos pontos ficava na Rua Halfeld, e o outro, na Rua Espírito Santo, e a polícia verifica, agora, se há ligação entre os dois locais. No cumprimento de um mandado de busca e apreensão na manhã de hoje, os investigadores apreenderam documentos, como talões de promissórias, alguns deles preenchidos, e um deles com cerca de R$ 4 mil. Dois funcionários dos estabelecimentos foram levados para a delegacia, onde serão ouvidos e liberados. De acordo com a delegada responsável pelo inquérito, Mariana Veiga, os dois escritórios faziam panfletagem no Calçadão da Rua Halfeld, anunciando os empréstimos.
Ação
Ao procurarem o local, as vítimas preenchiam um cadastro com dados pessoais e pessoas de referência. Estas informações eram repassadas para uma central localizada no Rio de Janeiro, que, com base nestes dados, aprovava ou não a transação. Em caso de aprovação, o dinheiro era liberado mediante juros de 30%. Segundo a delegada, a cobrança desta porcentagem configura crime de agiotagem. As vítimas relatam que, quando deixavam de quitar alguma parcela do empréstimo, recebiam ameaças de agressão física, apropriação de bens e até de morte por telefone. Uma senhora teria chegado a ser pressionada por quatro homens que foram à sua casa para cobrar o pagamento da dívida.
Até agora, nove ocorrências desta natureza já foram registradas apenas no Centro, mas a delegada acredita que existam demandas similares registradas nas delegacias de bairro, aumentando o número de casos. Um inquérito para investigação dos crimes de extorsão e usura foi aberto, e as vítimas serão intimadas a prestar depoimento. A polícia ainda apura se há relação destes dois locais com o esquema desmantelado em outubro pela "Operação Shylock", no Rio de Janeiro, em que a Polícia Civil prendeu 11 pessoas envolvidas em atividades de agiotagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário